Ministério condena violência contra profissionais de saúde

A posição da tutela foi comunicada após a agressão contra uma médica no Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, ocorrida na última sexta-feira, dia 27 de dezembro.

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“Ao tomar conhecimento da agressão ocorrida no Serviço de Urgência do Hospital de Setúbal contra uma profissional de saúde, o Ministério da Saúde reitera a condenação de todos os atos de violência, nomeadamente contra os profissionais que se encontram no exercício de funções assistenciais”, lê-se num comunicado publicado no Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A referida agressão foi também condenada pela Ordem dos Médicos, que exigiu uma “intervenção urgente” por parte da tutela, do Ministério Público e de outras entidades. Numa nota de imprensa divulgada ontem, dia 28 de dezembro, a Ordem dos Médicos (OM) considera o acontecimento “absolutamente inaceitável”, recorda que configura crime público e pede intervenção urgente das entidades governamentais e judiciárias.

“A nossa primeira palavra de solidariedade é para com a nossa colega violentada em pleno local de trabalho. Não é de todo aceitável que quem está a salvar vidas não veja a sua própria vida devidamente protegida”, afirma o bastonário da OM, Miguel Guimarães.

A mesma instituição alerta que os casos de violência contra profissionais de saúde estão a aumentar e lamenta que “este aumento exponencial da violência seja mais um sinal de que o SNS não está bem”. Recorde-se que o aumento dos casos de violência e de burnout levou a OM a criar em maio deste ano o Gabinete Nacional de Apoio ao Médico.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) também condenou o ato e manifestou solidariedade com “a médica barbaramente agredida”, que acabou por ter de ser operada de urgência a uma lesão oftalmológica no Hospital de São José, em Lisboa.

Na sua plataforma on-line, o SIM manifesta “veemente protesto por, mais uma vez, este crime público ser encarado por parte de alguns protagonistas do sistema de justiça com alguma ligeireza restituindo o agressor à liberdade e perpetuando o sentimento de impunidade”.

Para o Sindicato é fundamental que os médicos tomem medidas que possam prevenir e dissuadir este tipo de comportamentos. “Será de equacionar ainda que em situações semelhantes os médicos ao serviço interrompam a sua atividade – à exceção dos doentes laranja e vermelhos – em solidariedade para com as vítimas e até que estejam restabelecidas plenas condições de segurança”, lê-se no comunicado.

A profissional de saúde, segundo o Correio da Manhã, “foi esbofeteada e espancada, e teve que ser operada a um olho, depois de ter sido agredida por uma mulher de 25 anos, que ficou em liberdade apesar de ter espancado violentamente a médica” que a atendeu na Urgência do São Bernardo.

A agressão, segundo a mesma fonte, resultou do facto da “médica ter informado a agressora de que não estava grávida e que, por isso, poderia aguardar pelo exame na sala de espera”.