Com um projeto assinado pelo arquiteto Carrilho da Graça e orçado em 8,2 milhões de euros, o Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), em Évora, quer arrancar este ano com a ampliação das instalações.
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Esta segunda fase do PACT “é um projeto que não nasceu de um dia para o outro, é fruto de bastante pensamento e pesquisa” disse à Lusa o presidente executivo do parque, Soumodip Sarkar, adiantando que, para além de ser desenhado pelo arquiteto Carrilho da Graça é “muito diferenciador, apresentando 6.100 metros quadrados de área e é constituído por quatro edifícios”.
As novas instalações, cujo projeto foi alvo de candidaturas a apoios comunitários, através do POCTEP – Programa de Cooperação INTERREG V-A Espanha-Portugal 2014-2020 e do programa operacional regional Alentejo 2020, ambas aprovadas no ano passado, vão ficar localizadas num terreno contíguo ao atual edifício do PACT, inaugurado em setembro de 2015, após um investimento de 3,6 milhões de euros.
“A nossa infraestrutura atual tem 14 empresas e é uma estrutura de ponta, mas não está a conseguir cumprir a visão e ambição de criar um ecossistema de inovação. Com o novo espaço, vamos contar com mais cerca de 60 empresas, algumas delas com áreas de 200 metros quadrados”, explicou o presidente.
De acordo com Soumodip Sarkar, o Alentejo “é uma região com um potencial enorme em todos os sentidos e, sem fazer nada, o resto do mundo vai acabar por descobri-lo”, mas “o que o PACT pode fazer é acelerar esse processo”. “Não estamos só a falar da vinha e da cultura e do turismo e de todas essas qualidades que a região tem. O Alentejo tem muito conhecimento e tecnologia, que muitas vezes não sai para fora, e o papel da Universidade de Évora e dos institutos politécnicos de Beja e de Portalegre é muito importante”, destacou.
Nas palavras de Soumodip Sarkar “ como Lisboa está na rota das start-ups mundiais, mas está a ficar saturada e não tem espaço, o PACT, com instalações que permitam criar esse ecossistema dinâmico e de inovação ligado às tecnologias, pode assumir-se como alternativa”. “Temos muitas empresas interessadas em virem para cá que nos contactam. E não é uma coisa regular, mas, pontualmente, há algumas start-ups internacionais, algumas delas americanas, que me perguntam se tenho espaço. Tenho que lhes dizer que, por enquanto, não”, afirmou.
No que respeita a esta 2.ª fase, segundo João Assunção, gestor do PACT, um dos edifícios, aquele que é financiado pelo POCTEP, “está mais avançado, encontrando-se em fase de elaboração dos projetos de especialidade e de execução”.
O restante projeto, financiado pelo Alentejo 2020, que só foi aprovado mais tarde, tem alguns meses de diferença, mas, “a primeira parte das obras deverá ser adjudicada ainda no início do 2.º semestre e a outra adjudicada e, eventualmente, a empreitada devem começar até final do ano, para que as instalações comecem a funcionar no 1.º semestre de 2022”.
As novas instalações vão estar vocacionadas para empresas nas áreas da aeronáutica, devido à presença de empresas como a Embraer e a Mecachrome em Évora e o cluster neste setor na região, tecnologias da Saúde, ambiente e economia circular e tecnologias da informação e comunicação (ou Internet of things).
“As empresas que aqui se fixarem, que não têm necessariamente de ser start-ups, mas podem ser as componentes de investigação e desenvolvimento de empresas nacionais ou internacionais já com alguma dimensão, têm como obrigação estabelecer ligação com centros de saber e conhecimento do Alentejo, da Universidade de Évora, dos politécnicos ou com centros de investigação da região”, explicou Soumodip Sarkar.