Inquérito revela que portugueses lideram o público do Terras sem Sombra

O público do festival, que se realiza no Alentejo, é maioritariamente português e, no ano passado, gastou perto de 370 mil euros na economia da região, segundo um inquérito realizado ao longo da edição de 2019.

 

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Foram cerca de cinco mil as pessoas que participaram no inquérito, durante os 15 concertos do “Terras sem Sombra” que, no ano passado, percorreu 12 localidades alentejanas e, ainda, as espanholas Olivença e Valência de Alcântara.

Os dados fazem parte de um estudo dos públicos que acompanharam dez dos 14 fins-de-semana da 15.ª edição do evento que, além de concertos, inclui atividades relacionadas com a biodiversidade, nas quais participaram 1.175 pessoas, e visitas a património da região, que contaram com 1.605 pessoas inquiridas.

De acordo com os dados, a média etária dos participantes é de 57 anos, dividida de forma igual pelos dois sexos, sendo 87% com um nível de escolaridade “superior”, e a maioria vive em união de facto (67%). Os portugueses lideram o público do festival e, em menor escala, há participantes espanhóis, franceses e italianos.

Segundo o estudo, “perto de metade dos inquiridos participam no evento acompanhados por outra pessoa e, em cerca de 12% dos casos, os participantes fizeram-se acompanhar por crianças”. Este ano a diretora executiva do festival, Sara Fonseca, afirmou como prioridade “alargar a participação das famílias e trazer ao festival as crianças”.

Ainda segundo o estudo, cerca de metade dos participantes pernoita uma ou duas noites na região (16% permanece um dia e 31%, dois dias). “Estes dados revelam como o Terras sem Sombra é um motor da economia local, nomeadamente nos setores das dormidas, do pequeno comércio e da restauração”, salientou Sara Fonseca.

O estudo aponta ainda que “70% das pessoas que responderam ao inquérito encontravam-se a repetir a experiência no festival”, e que “mais de 60% dos participantes não residem no Alentejo, mas apenas 20% dos participantes não conheciam o local ou a região”.

O estudo aponta uma estimativa da despesa dos participantes num total de 369.167,16 euros, gastos sobretudo em restauração, transportes e no comércio local, de acordo com a sua distribuição: 10.754,29 euros em dormidas, 107.222,09 euros em restauração, 95.682,22 euros em transportes e 95.682,22 euros em compras no comércio local.

A edição deste ano do Festival Terras sem Sombra iniciou no passado sábado na Vidigueira, com um concerto pelo Tiburtina Ensemble, prossegue a 1 de fevereiro, em Barrancos, com um concerto do violoncelista espanhol Pedro Bonet, uma sessão sobre o idioma falado neste concelho, o barranquenho, e uma atividade sobre biodiversidade centrada no rio Ardila, que nasce na serra de Tentúdia, em Espanha e desagua no rio Guadiana, em Portugal, no concelho de Moura.