O novo centro de interpretação pretende contribuir para o avistamento do lince-ibérico e para a coexistência dos humanos com a espécie.
O Centro de Interpretação e Observação do Lince-Ibérico é inaugurado esta sexta-feira, 6 de março, em Mértola, no âmbito do projeto “Por Terras de Lince-Ibérico” – promovido pela Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM).
Disponibilizar informações sobre o felino e o seu habitat, acolher os visitantes e recomendar-lhes comportamentos “compatíveis com uma observação responsável e sustentável” dos exemplares da espécie é a grande responsabilidade deste Centro segundo Carla Janeiro, da ADPM, em declarações à Lusa.
No âmbito do mesmo projeto, a ADPM criou ofertas e infraestruturas de apoio e reabilitou espaços, no território destinado à espécie, no concelho de Mértola, de forma a dar à população residente e aos visitantes mais conhecimentos e recomendações, nomeadamente o quiosque multimédia interativo, disponível 24 horas por dia e em várias línguas, e o sítio da Internet.
De acordo com a mesma fonte, a Associação criou ainda diversos percursos rodoviários e públicos no território do lince-ibérico, que abrange o Vale do Guadiana e se estende pelos concelhos de Mértola e Serpa, nos quais há “elevado potencial de avistamento” e pontos de interesse turístico para visitar.
Quanto ao percurso, falta apenas a sinalização do território, através de placas e painéis informativos sobre o felino, e identificação das portas de entrada. A associação espera que estas medidas de conservação da espécie, a par da “sensibilização da população residente e visitante”, possam contribuir para a coexistência entre humanos e um dos felinos mais ameaçados do mundo.
O Centro tem uma vista panorâmica sobre a paisagem do Vale do Guadiana, onde foi libertado, em 2014, o primeiro casal da espécie em Portugal – após estar perto da extinção no nosso país, em finais do séc XX -, e onde hoje vivem vários exemplares.
Quanto ao projeto “Por Terras de Lince-Ibérico” foi cofinanciado pelo Turismo de Portugal, no âmbito do Programa Valorizar – Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, e contou com o apoio do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), das câmaras de Serpa e Mértola, e a parceria das juntas de freguesia de Alcaria Ruiva e São João dos Caldeireiros.
