A Câmara Municipal do Seixal acusa o Governo de, mais uma vez, ter falhado ao não cumprir o prazo estipulado para o avanço da construção do Hospital do Seixal.
Num documento aprovado em reunião de câmara, realizada na quarta-feira, os responsáveis municipais lembram que foi há 20 anos que se iniciaram as reivindicações da população e dos autarcas da região de Setúbal pela construção de um hospital que servisse os munícipes do Seixal, Sesimbra e Almada sendo que, já nessa altura, o Hospital Garcia de Orta, a infraestrutura que dá resposta a estes munícipes, já servia um número muito superior de utentes para o qual tinha sido construído. Atualmente este equipamento encontra-se em rutura, sem capacidade de resposta.
Sobre este assunto, o presidente da autarquia, Joaquim Santos referiu que “apesar de todos os estudos que provaram e fundamentaram a necessidade de construção do Hospital no Seixal e mesmo depois de ter sido assinado em 2009 um Acordo Estratégico com o então Ministério da Saúde para a construção do Hospital, lamentamos que este ainda não seja uma realidade”.
O autarca lembrou ainda que “após um abaixo assinado com mais de 8 mil assinaturas, foi possível ver aprovada, em dezembro de 2015, uma resolução da Assembleia da República no sentido da construção urgente deste equipamento e que no Orçamento de Estado para 2017 foi inscrita uma verba de 10 milhões de euros para relançar o projeto e o concurso, tendo sido inclusivamente noticiado o seu arranque em julho de 2017.
Contudo, só em junho de 2018, com a assinatura de uma nova Adenda ao Acordo inicial, onde a Câmara Municipal do Seixal assumiu ainda maior responsabilidade na construção do hospital, foi possível lançar novo concurso. No entanto, o júri foi obrigado a prorrogar o prazo de manutenção das propostas a concurso por mais 60 dias úteis porque uma das entidades intervenientes, a Administração Central do Sistema de Saúde I.P. (ACSS) não concluiu em tempo útil a análise das propostas no domínio da arquitetura”.
Assim, e em teoria, a conclusão da análise das propostas a concurso estará concluída na melhor das hipóteses a 30 de abril. “Trata-se de um desrespeito para com a população do concelho do Seixal, pelo que exortamos de novo o Governo a tratar esta matéria de forma urgente e prioritária nesta fase, dando particular atenção ao cumprimento dos prazos por parte das entidades da administração central no âmbito do concurso público a decorrer, tudo fazendo para que o mesmo seja o mais célere possível”, acrescentou o autarca.