Covid-19: Alentejo pode registar mais casos, mas comunidades estão a acatar as orientações

A declaração do estado de emergência não deve produzir alterações significativas na região, onde têm sido acatadas todas as recomendações.

O Alentejo, onde já estão confirmados dois casos de infeção por Covid-19, prepara-se para, nos próximos dias, registar um número indeterminado de outros doentes. O alerta foi feito através de comunicado da Administração Regional de Saúde (ARS), momentos antes de o Governo ter decretado o estado de emergência para todo o país, por um período mínimo de 15 dias.

Segundo um comunicado da ARS assinado pela delegada regional de Saúde, Filomena Araújo, “a rede de saúde pública da região tem ativamente participado nas medidas de contenção, promovendo a avaliação de todos os casos suspeitos identificados, a vigilância de todos os casos que o justificarem e a investigação epidemiológica, em articulação com os recursos instalados”.

A possibilidade de o número de infetados vir a aumentar significativamente no Alentejo (assim como no resto do país) explica-se pelos números recentemente anunciados pelo secretário geral do PSD, Rui Rio, que disse no Parlamento que a propagação diária da doença poderá crescer a um ritmo de 40 por cento durante, pelo menos, mais uma semana.

Filomena Araújo, tal como o Semmais Digital já antes referira, não quis especificar em que zonas do Alentejo foram identificados os dois portadores do Covid-19.

No Alentejo, tal como agora acontece no resto do país em consequência de ter sido decretado o estado de emergência, o Estado passa a poder limitar alguns direitos a populações e entidades. Assim, a requisição de equipamentos ou serviços de privados pode ser decretada a qualquer instante, do mesmo modo que quem não acatar as ordens para ficar em casa ou em estabelecimentos de saúde pode sujeitar-se a medidas compulsivas. Os controlos fronteiriços e sanitários serão determinados pelo Estado. Está suspenso o direito à greve desde que a mesma comprometa as estruturas públicas. A resistência aos atos decretados é considerada como um crime de desobediência.

O estado de emergência não vai cortar o direito de expressão e não impedirá que os cidadãos continuem a frequentar os locais considerados de uso fundamental, nomeadamente supermercados, postos de abastecimento ou farmácias.

Até ao momento, tal como tem vindo a ser noticiado pelo Semmais, não há registo de sinais de desobediência no Alentejo. Nem mesmo o encerramento de diversas estradas e caminhos de fronteira geraram problemas às autoridades. Fontes das forças de segurança contactadas referiram que “os alentejanos estão a acatar todas as recomendações com sentido de responsabilidade”.