Número de doentes no distrito de Setúbal sobe para os 744

Almada é o concelho mais afetado, com 244 casos positivos. Acaba o período de emergência, mas mantêm-se as regras preventivas rígidas.

O número de pessoas infetadas com Covid-19 no distrito de Setúbal voltou a aumentar. Os dados estatísticos da Direção Geral de Saúde (DGS) e de alguns municípios mostram agora que há 744 doentes, mais 11 do que na véspera.

Em Almada, de acordo com os números apresentados pela câmara municipal, o número de mortos é agora de oito, havendo também 239 pessoas com o vírus ativo. Esta segunda cifra não condiz, contudo, com a apresentada pela DGS, que aponta para 244 doentes.

No Seixal, segundo concelho mais flagelado, mantêm-se os 165 infetados da véspera. Já no Barreiro o número é de 97. Contam-se também 69 doentes na Moita e 60 em Setúbal. No Montijo existem 48 referências a doentes, sendo que há também 19 em Sesimbra, 18 em Palmela e 14 em Alcochete.

Nos concelhos do Litoral Alentejano integrados no distrito de Setúbal os números da DGS e das autarquias voltam, uma vez mais, a não coincidir. Enquanto a DGS refere a existência de quatro doentes em Alcácer do Sal, oito em Grândola e 15 em Santiago do Cacém, os municípios apresentam levantamentos diferentes, a saber: Alcácer do Sal, zero doentes ativos e cinco recuperados; Grândola, cinco doentes ativos, sete recuperados e 18 pessoas sob vigilância; Santiago do Cacém, cinco doentes ativos e nove recuperados.

Também a Câmara Municipal de Sines, que há muito saiu das listagens da DGS (por ter menos de três casos ativos) refere não possuir qualquer infetado, reportando apenas dois recuperados.

Por regiões, há a registar uma correção avançada pela própria ministra da Saúde, Marta Temido, relativamente ao número total de infetados. De acordo com a ministra, terá existido, na sexta-feira, uma duplicação de casos devido a um erro informático, pelo que os valores hoje divulgados mostram uma diminuição de 161 ocorrências.

Agora o Norte tem 14.951 doentes e 585 mortes. O Centro tem 3426 infetados e 206 óbitos. Em Lisboa e Vale do Tejo os pacientes são 6047 e as vítimas mortais 205. Já no Alentejo tudo se mantém sereno: 218 doentes e um morto. No Algarve contam-se 331 infetados e 13 falecimentos. Nos Açores o número de vítimas mortais é agora de 13 e o de doentes de 131. Por fim, na Madeira, não existem alterações: 86 doentes e nenhuma morte a lamentar.

A DGS informa ainda que no dia de hoje há 25.190 doentes confirmados em todo o país, sendo que o número de internamentos é de 855, dos quais 150 são em unidades de cuidados intensivos. Existem 1671 pessoas recuperadas e o número total de óbitos ascende a 1023 (mais 16 do que na véspera).

O final do período de emergência e a consequente passagem para o de calamidade não significa que a pandemia esteja ultrapassada e que as restrições sejam levantadas na totalidade. Disso mesmo o dão conta as autoridades de segurança e de saúde. A primeira coisa a reter é que vão continuar as operações de fiscalização nas estradas de todo país, tendentes a identificar todos os que pretendam circular sem terem motivos válidos. Depois, continuam a estar proibidos os ajuntamentos com mais de cinco pessoas, o que na prática significa que os que violem esta regra podem ser interpelados e submetidos às penalizações legais.

Também as autoridades religiosas para agora mais sensibilizadas para as medidas preventivas. Hoje o bispo de Leiria/Fátima, D. António Marto, apelou aos fiéis católicos para que não se desloquem este ano ao Santuário de Fátima para celebrarem o 13 de maio. “É um ato de responsabilidade suspender a peregrinação de 13 de maio”, disse o eclesiástico, lembrando que os que pretenderem podem assistir às cerimónias através da televisão ou da internet.

Outra das marcas que a pandemia está a deixar é a da falta de sangue nos hospitais. Para já, as reservas existentes darão, apenas, para cinco a sete dias. Esta é uma situação que se afigura muito grave, tanto mais que é esperado um aumento do fluxo de tráfego (e portanto de acidentes rodoviários com feridos) a partir do dia 4.

O presidente do Instituto Nacional de Saúde, Fernando Almeida, quis também deixar hoje um alerta para a necessidade de continuarem a manter-se as regras preventivas. “Isto tem ondas e pode surgir uma onda muito maior”, disse aquele responsável, chamando a atenção para o muito provável surgimento de uma segunda vaga de covid-19, a qual poderá causar muitos mais mortos e danos bem maiores em toda a economia.

“Não se pode facilitar e não vale a pena estar a pensar que só acontece aos outros, porque basta levantar um pouco o pé para que a mola volte a disparar. Não podemos colocar em causa todas as boas decisões tomadas até agora em Portugal”, avisou Fernando Almeida.

Por fim, surge uma outra mensagem de alguma esperança. O primeiro ministro, António Costa, dirigiu-se aos proprietários de micro empresas, um dos setores comerciais e industriais mais flagelado pela crise social e económica instalada, para dizer que o Governo irá atribuir verbas a fundo perdido até 80 por cento do valor, a todos os que provem despesas entre 500 e 5000 euros relacionadas com a aquisição de equipamento de proteção para os seus funcionários.