Antigo aluno do Politécnico de Setúbal premiado em Inglaterra

O objetivo do estudo é verificar, com recurso à realidade virtual, os resultados e consequências de vários estímulos físicos e sensoriais em pessoas com dor crónica.

O antigo estudante da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal está a realizar um doutoramento na Universidade de Exeter, em Inglaterra, supervisionado por Gavid Buckingham, e ganhou um prémio que lhe permite a utilização de um equipamento inovador que simula estímulos em realidade virtual e que pretende aplicar no estudo da dor crónica.

O galardão, que o apanhou de surpresa, vai dar-lhe a possibilidade de juntar as potencialidades da engenharia à saúde e, eventualmente no futuro, aplicar os resultados obtidos na melhoria das condições de vida e trabalho dos doentes com dor crónica.

A experiência que vai realizar, ao longo de dez dias, vai permitir a “utilização de uma estrutura designada por cave, uma espécie de quarto com 3X3 metros, onde se conseguem controlar vários estímulos físicos e sensoriais, através de realidade virtual.  O termo mais correto é mesmo Mixed Reality, que combina os dois tipos de estímulo. Dentro dessa cave é possível controlar o ar, a luz, as vibrações físicas, até aquilo que se imagina ver do lado de fora da janela. E através desse controlo é possível estudar como as pessoas se comportam perante determinadas circunstâncias e estímulos”.

Concretamente, o que João Mineiro pretende estudar são os impactos que a vibração provoca nesses doentes e “qual o intervalo de vibração que uma pessoa com dor crónica consegue suportar”. Através desse conhecimento, no futuro, “serão possíveis várias aplicações que podem ir desde adaptações de edifícios até mesmo à escolha do transporte adequado a estes pacientes”.

Para já o estudo, que aguarda autorização da Comissão de Ética para ter início, será realizado com pessoas saudáveis a quem será induzida dor experimental, mas “consoante os resultados, pode haver espaço para realizar ensaios com outras populações, essas sim, com dor real”.