Praias

Diz-nos o calendário que estamos em meados de Junho e, se tudo estivesse normal, a grande maioria já estaria a fazer planos para umas férias na praia e muitos outros já sabiam o que eram umas boas horas ou mesmo dias com uns banhos de mar.

Mas – lá vem esta malvada adversativa – o normal deixou-nos há mais de três meses e agora qualquer plano que queiramos elaborar está sempre dependente de quem decide e, porque o momento é o do bem-estar comum, temos de respeitar as decisões da Direcção Geral de Saúde que se aconselha com outros organismos igualmente credíveis e responsáveis.

Há já umas boas semanas que quem decide nos vem falando, e achamos muito bem, que o acesso às praias deverá ser controlado para evitar os indesejáveis ajuntamentos que, como nos dizem, são mais prejudiciais do que aquilo que possamos imaginar.

De algumas praias já conhecíamos qual o limite de ocupação mas a posição final surgiu há uma semana e a grande surpresa – pelo menos para nós conhecedores da zona – é a de que Sesimbra está incluída nas «praias do Alentejo» o que não deixa de ter algum sentido de humor, depois de há uns anos ter ouvido um senhor ministro, a “botar faladura” numa cerimónia no castelo de Palmela, salientando o facto de “estarmos aqui no litoral alentejano”.

Todos sabemos que Tróia pertence ao concelho de Grândola e que é uma das referências das praias do litoral alentejano, mas convinha que organismos oficiais não nos induzissem em erro e um desses erros pode ser o levar a quem visita esta zona de belezas naturais de chegar a Sesimbra e pedir a tradicional açorda alentejana em vez de uma boa posta de peixe espada preto ou uma bela sardinhada.

Oh gente que nos governa… vamos lá a respeitar o que o povo sente.

FIO DE PRUMO
Jorge Santos
Jornalista