Nuno Canta garante que aeroporto no Montijo vai avançar

Apesar de ontem o ministro das Infraestruturas ter reconhecido a existência de um “bloqueio” no “dossier”, o presidente da câmara do Montijo afirma que tanto o Governo como a ANA lhe garantiram que a construção do novo aeroporto não está em causa.

“O aeroporto é fundamental para o Montijo, mas também para a península de Setúbal e para o país”, justificou o presidente da câmara do Montijo em declarações ao Semmais Digital. Na opinião de Nuno Canta “independentemente de uma retoma mais lenta no turismo, atualmente este é um setor estratégico para Portugal e acredito que ultrapassada a pandemia vai regressar em força”. Daí que seja um “ativo essencial para a internacionalização da economia”, mas também para descongestionar o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, “aliviando um dos problemas ambientais da capital”, ou seja, a passagem constante de aviões sobre o centro da cidade, causando elevados níveis de poluição sonora e atmosférica. Por outro lado, a construção do novo aeroporto “será um importante incentivo para o concelho, criando emprego e estimulando a economia local numa altura em que é decisivo para responder à pandemia”.

Ontem, na audição da Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas e Inovação, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, reconheceu a existência de um “bloqueio” neste ‘dossier’, mas também reforçou a ideia de que o aeroporto deve avançar: “Achamos que o Montijo deve avançar. Porque estamos num momento de paragem, de grande travagem no setor da aviação, mas a nossa expetativa é que se recupere e obviamente precisamos de dar resposta a um problema que já existia antes da Covid, a sobrelotação do nosso aeroporto Humberto Delgado. E, por isso, para nós, é fundamental”.

No entanto, desde que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) aprovou, sob condição, o projeto, em 23 de janeiro, nada avançou. Não só a ANA- Aeroportos de Portugal tem de apresentar um projeto que respeite as medidas mitigadoras impostas pela APA, como as câmaras impactadas pelo empreendimento têm de dar pareceres favoráveis. Ora, segundo o ministro, até ao momento, há autarquias que recusaram dar a sua concordância: “São necessários pareceres dos municípios. Há uma parte dos municípios da área afetada pelo aeroporto, positiva e negativamente, que ainda não mudaram a sua posição (Seixal e Moita)”.