Docapesca investe 860 mil euros num novo edifício

A previsão para conclusão da obra é o final de 2021. O edifício é há muito aguardado pelas gentes da pesca do cerco de Sines.

Com o processo de conclusão da obra apontado para o final do próximo ano, foi já dado o primeiro passo com a abertura do concurso público que permitirá a construção de um novo edifício de apoio à trasfega de pescado do cerco no porto de pesca de Sines.

Mesmo considerando eventuais atrasos, “que podem surgir por questões ligadas à contratação pública”, disse ao Semmais, o administrador da Docapesca, Sérgio Faias, “a previsão é, daqui a um ano, ter o novo pavilhão construído”.

O projeto está orçado em 860 mil euros e, garante o mesmo responsável, “vem responder às aspirações da comunidade quanto ao melhoramento das condições de descarga e escolha do pescado”, tarefa que hoje se realiza numa “infraestrutura que já não serve todos os requisitos de higiene e segurança alimentar”. “O atual edifício só tem uma cobertura superior e não permite que se faça a escolha em total segurança, uma vez que é permeável às condições atmosféricas”, reconhece Sérgio Faias.

A necessidade de construir uma nova infraestrutura fez com que o projeto fosse identificado como investimento prioritário, um estatuto que permite o recurso a fundos europeus através do Programa Operacional MAR 2020.

O edifício terá um único piso, respeitando os requisitos funcionais na relação com a doca e as edificações já existentes na lota, onde se produz o gelo e se efetuam as cargas e descargas de veículos pesados. Será divido em três partes distintas, nomeadamente o pavilhão operacional para a escolha do pescado, as instalações sanitárias e balneários, e a ligação à zona operacional exterior.

O objetivo, assegura o administrador da Docapesca, é “dotar o porto de Sines com uma estrutura que, por um lado, oferece aos trabalhadores melhores condições – porque passam a estar abrigados num espaço fechado -, e, por outro, permite uma adequada seleção do pescado, valorizando assim o produto e os armadores que passarão a ser melhor recompensados pelo seu trabalho”.

“Para além de ser um porto de referência do país”, afirma Sérgio Faias, “o porto de Sines é nesta altura, aquele onde a pesca do cerco tem maior expressão”. A captura do carapau, cavala e sardinha tem particular peso na atividade tanto da estrutura como dos armadores e pescadores deste concelho do distrito de Setúbal.

Em Portugal a pesca do cerco, segundo o INE, representa anualmente mais de 40 toneladas.