Autarquia de Santiago do Cacém volta a reivindicar mais efetivos da GNR

Álvaro Beijinha, sente-se preocupado com a falta de efetivos da GNR no concelho. Para garantir uma melhor resposta às ocorrências enviou ao Secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, uma nova carta onde alerta para a necessidade de colocar mais militares no Destacamento Territorial de Santiago do Cacém.

Foram vários os esforços feitos pelo presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém para resolver as dificuldades nos postos da GNR de Alvalade e de Ermidas-Sado. Há poucos guardas, com tentativas de passar os postos para um horário das 9h00 às 17h00 e a funcionar apenas nos dias úteis, o que foi sempre contestado pelas autarquias e população.

Para o concelho conseguir manter o estado de segurança com que vive, Álvaro Beijinha, defende que tem de haver um reforço dos efetivos. Refere ainda que o número de queixas é reduzido, pois, as pessoas do interior do concelho muitas vezes acabam por não apresentar queixa, porque o processo é todo muito complicado, desde a chegada da patrulha para tomar nota da ocorrência às deslocações que têm, depois, de fazer para dar andamento ao caso.

Segundo o edil, os acontecimentos recentes, que se verificaram em Alvalade, ilustram bem o que afirma, houve conhecimento de roubos, brigas e durante uma noite na freguesia foram disparados tiros. Para além de todos esses acontecimentos, acresce o pequeno tráfico de droga, que circula com alguma descontração, diante de qualquer pessoa e longe da fiscalização da GNR local. Até ao momento não houve qualquer apresentação de queixa sobre esta situação, vistos que os habitantes sentem que não vale a pena fazê-lo. O comandante do Destacamento afirma que esta é a pior situação que pode haver, os cidadãos desacreditarem no sistema.

Quando acontece algum incidente nas freguesias mais periféricas, é necessária a deslocação de uma patrulha de Santiago do Cacém ou até do concelho vizinho, Sines, o que pressupõe que, o pedido de socorro demore pelo menos entre 40 minutos e 1 hora, a chegar ao local.

Todo este cenário preocupante e vivido por um dos maiores municípios do país, com a terceira maior população do Alentejo, levou a que fosse enviada uma nova missiva ao Secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, visto que vai abrir um curso de admissão de novos guardas.

O défice de militares da GNR nos Postos de Alvalade e Ermidas-Sado é uma reivindicação da autarquia que foi já manifestada à tutela. A mais recente reunião, em que assunto foi abordado, aconteceu dia 10 de março de 2020, onde esteve presente o presidente da câmara municipal, Álvaro Beijinha, acompanhado do vereador com o pelouro da Proteção Civil, Albano Pereira.

Nessa reunião, Antero Luís justificou que o número de militares afetos ao Destacamento de Santiago do Cacém cumpria os rácios definidos, para além de que o nível de criminalidade no concelho está registado como baixo.

Álvaro Beijinha reforça que perante a realidade, este reforço de efetivos tem de ser feito porque a ausência de militares de patrulhamento, nas freguesias mais distantes da sede de concelho, aumenta os níveis de insegurança sentido pela população e o sentimento de impunidade para com os criminosos, que atuam com um certo “à-vontade”.