Obras em torno do castelo de Palmela geram polémica

O tamanho do passadiço para pessoas com mobilidade reduzida e o eventual impacto negativo junto do monumento gera protestos do Movimento de Cidadãos pelo Concelho de Palmela.

A construção de um corredor de acesso para pessoas com mobilidade reduzida a determinados espaços do castelo de Palmela está a gerar uma onda de polémica na vila. O Movimento Cidadãos pelo Concelho de Palmela considera que a obra, “sendo nobre, é completamente desproporcionada” e já anunciou que vai pedir um parecer à Direção-geral do Património Cultural.

O ex-presidente do município e candidato às próximas autárquicas, Carlos Sousa, que integra o referido movimento de cidadãos, diz não poder concordar com as dimensões do corredor que está a ser feito e critica “a parede de betão que se está a levantar em frente à Igreja de Santiago” e “as grossas vigas de ferro”, destinadas a acolher uma passadiço por onde irão circular as cadeiras de rodas. “Parece material destinado para as fundações de um edifício de 20 andares”, disse ao Semmais.

Também o vereador do PS, Raul Cristóvão, se pronunciou sobre a obra, dizendo que não conhece o projeto, mas que “se calhar, mesmo considerando que os trabalhos já deveriam ter sido realizados há muito tempo, eu teria feito diferente”. O autarca elogiou a intenção de se valorizar toda a área pedonal em redor do castelo, mas lamentou que a torre do mesmo continue encerrada a todos os visitantes, tenham eles ou não mobilidade reduzida.

Ainda sobre o impacto que os trabalhos em curso podem causar aos visitantes, Raul Cristóvão diz que os mesmos foram “licenciados” e “aprovados pelo Instituto de Gestão do Património”, pelo que entende que os técnicos responsáveis terão igualmente noção das apreciações públicas que poderão ser feitas.

O Semmais tentou, sem êxito, obter um comentário do presidente da câmara de Palmela, Álvaro Amaro, sobre a polémica. O que foi possível apurar foi que o município valoriza a obra e o facto de o projeto ter sido aprovado. Essa mesma opinião foi transmitida ao Movimento Cidadãos pelo Concelho de Palmela, via Carlos Sousa.