As obras encontravam-se ocultas pelas pinturas em tela nas tribunas da nave da Igreja, retiradas para restauro em atelier.
A academia alentejana está a estudar seis pinturas murais, descobertas no mês passado, no edifício religioso contiguo ao edifício principal da instituição.
Milene Gil, investigadora do Laboratório Hercules, da universidade, refere em comunicado que “dos oitos murais originalmente presentes, só restam seis, ainda que só um subsista na íntegra. Apesar do estado fragmentário dos restantes cinco, é notória a qualidade plástica que os une na técnica e na materialidade”.
O objetivo é proceder a um diagnóstico rigoroso do estado dos murais e do estado de conservação. A identificação técnica pictórica é outros dos pontos realçados pois as obras não foram executadas na técnica do fresco mas sim, como destaca, a seco com óleo como aglutinante.
Segundo as investigadoras da Universidade de Évora fica aberto o caminho à investigação. Por um lado, comprovar tecnicamente, no local e em laboratório, a descrição do P. Manuel Fialho (1616-1718), ou seja, “a existência de pintura a óleo sobre cal, deixando mais fluidas as fronteiras entre a pintura mural e a pintura de cavalete”. Por outro lado, e em termos artísticos, “procurar desvendar tanto a iconografia representada, e a sua relação não só com o espaço da igreja como de todo o Colégio, como a autoria dos painéis, tendo como referência a data de 1630 apontada pelo autor para a sua realização”.