Só já falta definir a data de abertura do concurso público. O local de interesse paisagístico, histórico e arquitetónico será transformado num empreendimento turístico. Já existem promotores interessados.
O Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel, em Sesimbra, vai dar lugar a um empreendimento turístico de grandes dimensões. A câmara já aprovou a delegação de competências ao Turismo de Portugal, entidade que, por sua vez, irá definir a data de lançamento do concurso público e recolher as propostas dos promotores interessados.
Ainda sem se conhecerem os contornos do empreendimento, incluído no programa Revive desde 2016, e nem tão pouco os custos associados ao mesmo, sabe-se que o projeto tanto pode conduzir à construção de um estabelecimento de hospedagem como a qualquer outro tipo de exploração turística. Garantida é, para já, a concessão de exploração do espaço por 50 anos.
“O lançamento do concurso público é como que uma espécie de luz ao fundo do túnel, porque transmite a esperança de que, ao fim de muitas décadas, aquele local místico seja, finalmente, reabilitado e utilizado com fins que beneficiam não só o concelho mas toda a península de Setúbal”, disse ao Semmais o presidente da câmara, Francisco Jesus.
O autarca, salientando a importância do local, recorda que a edilidade havia cedido, há vários anos, toda a ala Norte do Santuário ao Estado, para que este a reabilitasse. No entanto, não só o Estado não cumpriu a parte que acordara, como mais recentemente a autarquia se viu na necessidade de recomprar. “A câmara de Sesimbra pagou 327 mil euros para ficar com o mesmo espaço que anos antes deu e fica ainda responsável pelas obras que deveriam ter sido executadas pelo anterior proprietário”, disse.
Autarquia já avançou com várias intervenções no local
Entretanto, o município procedeu já a um conjunto de intervenções, de onde se destacam, numa primeira fase, a instalação de iluminação no Santuário, o arranjo do terreiro, a pintura da Ermida da Memória ou o melhoramento das ligações pedonais e, mais recentemente, o restauro da Casa da Água, já concluído, ou a reabilitação da envolvente e do aqueduto, que estão em curso.
Sobre a importância do futuro projeto, Francisco Jesus não tem quaisquer dúvidas: “Será uma âncora para toda a região. A importância do monumento, mas também do local, são garantias de sucesso. O Santuário está localizado dentro da área do Parque Natural da Arrábida, existem vestígios culturais e históricos muito relevantes, como as pegadas dos dinossauros, e ainda podemos adicionar a importância que o espaço possui para o turismo religioso”.
Embora ainda não seja conhecida a data em que se procederá ao lançamento do concurso público, a verdade é que diversos investidores já terão mostrado interesse no projeto, havendo até quem já tenha iniciado trabalhos exploratórios para chegar à melhor solução a adotar. “Sim, sabemos que já existem promotores interessados”, confirmou Francisco Jesus.