Ministério Público de Setúbal acusou o atual presidente Paulo Rodrigues de ter causado um prejuízo de quase 10 mil euros ao clube, em abril de 2019, partindo portas e material informático.
O recém-eleito presidente do Vitória de Setubal, Paulo Rodrigues, foi acusado pelo Ministério Público por crimes de dano qualificado e introdução em lugar vedado ao público, avança a Sábado.
Os factos remontam a abril de 2019 quando, segundo a acusação, Paulo Rodrigues entrou nos serviços do clube, partindo tudo o que encontrou à sua frente, provocando um prejuízo de cerca de 10 mil euros ao próprio clube (9,8 mil euros). O clube é o ofendido no processo, sendo que o alegado autor dos danos é o presidente.
De acordo com o despacho de acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal de Setúbal, no dia 22 de abril de 2019, Paulo Rodrigues – eleito, no passado mês de outubro, presidente do VFC – irrompeu pelo estádio e, “em tom de voz alto e exaltado proferiu as seguintes expressões: ‘vocês têm que se demitir, ´hoje, vão-me conhece’ e ‘têm que pagar o que me devem’”. De seguida, e aproveitando a entrada de um jogador de futebol na área dos serviços gerais, Paulo Rodrigues entrou por um corredor de acesso aos balneários, onde “desferiu um pontapé no vidro da porta de entrada dos balneários dos jogadores” e outro numa porta de madeira.
Já na secretaria do clube, descreve a acusação, agarrou em vários objetos e “atirou-os, uns contra o chão e outros contra a parede. A saber: dois computadores portáteis, um Iphone, uma impressora, duas câmeras de video e um Ipad. Da secretária, o agora presidente é acusado de ter passado para o gabinete médico, onde partiu mais três objetos: um eletroestimulador, uma balança e um medidor de glicémia”.
Recorde-se que em outubro, João Paulo Rodrigues foi eleito presidente do Vitória de Setúbal. O candidato da Lista B venceu as eleições de ontem com 37,1 por cento dos votos. Num universo de 1.580 votantes, Paulo Rodrigues obteve 587 votos e bateu Nuno Soares, da Lista C, que teve 34,1 por cento (538 votos), e Vítor Hugo Valente, da Lista A, que se ficou pelos 23,3 por cento (368).
Em dezembro de 2019, Paulo Rodrigues e o anterior presidente do clube, Hugo Valente, envolveram-se em agressões na via pública. O caso seguiu para o Ministério Público, mas acabou arquivado, já que, como se lê no despacho, o ofendido não se constituiu como assistente, ficando o MP impedido de lançar com o processo, já que se está perante um crime que requer queixa particular.