Cidadãos de Sesimbra manifestam-se domingo contra aterro no Zambujal

Um grupo de cidadãos do concelho de Sesimbra vai manifestar-se amanhã, às 11h00, contra um aterro no Zambujal de Cima, que acusam de continuar a operar de forma ilegal, apesar de ter a licença revogada há um ano e meio.

“Face às restrições do Covid-19, vamos fazer uma caravana de carros pelo concelho, terminando junto ao aterro, num local onde se vê o mesmo e onde iremos dar espaço a todas as pessoas que queiram falar”, disse à Lusa João Albuquerque, do grupo de cidadãos, que espera ter mais de uma centena de pessoas no protesto do próximo domingo.

“Num raio de cinco quilómetros, a partir do aterro situado junto à praia de Ribeiro do Cavalo, em pleno Parque Natural da Arrábida, vivem mais de 5.000 pessoas que são constantemente afetadas pelos odores provenientes daquele espaço. Eu próprio já detetei os odores provenientes do aterro a cerca de cinco milhas náuticas de Sesimbra”, acrescentou.

O grupo de cidadãos de Sesimbra, que criou uma página de Facebook com o intuito de resolver o problema ambiental do aterro ilegal, lembra que a situação se agravou de forma significativa depois de um incêndio que ocorreu no dia 01 agosto de 2019, quando já tinha a licença de exploração revogada.

“Face às sucessivas violações do regime legal aplicável e das condições que lhe foram impostas na licença, a Comissão de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) revogou totalmente a licença em 03 de junho de 2019, determinando o encerramento e selagem do aterro”, refere um comunicado do grupo de cidadãos de Sesimbra, no distrito de Setúbal, lamentando que esta decisão não tivesse tido ainda qualquer resultado prático.

Em comunicado, o presidente da câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, afirmou que a autarquia apoia o protesto dos munícipes sesimbrenses e prometeu juntar-se à manifestação de domingo.

O autarca sesimbrense lembrou que o caso do aterro ilegal do Zambujal de Cima já “está a ser investigado pelo Ministério Público, na sequência da denúncia da CCDRLVT”, e que há “uma petição, com a assinatura de mais de 600 moradores, para que seja apreciado pela Comissão Parlamentar de Ambiente da Assembleia da República”.

No passado dia 16 de novembro, Francisco Jesus apelou a uma intervenção célere das autoridades para impedir a continuidade da deposição e a queima ilegal de resíduos no aterro do Zambujal de Cima.

“São sucessivos os relatos populares de entrada e saída de viaturas pesadas e são sucessivos os relatos de cidadãos relativos aos cheiros e fumos (combustão) vindos do aterro”, disse, na altura.