Garcia de Orta está em cenário de pré-catástrofe com todas as camas Covid ocupadas

A unidade hospitalar volta a ter ocupadas todas as camas afetas à Covid-19. Neste momento estão identificadas 169 pessoas com a doença declarada, sendo que destes 148 estão internados em enfermaria, 18 nos cuidados intensivos e três internados na Unidade de Hospitalização Domiciliária.

O Hospital Garcia de Orta (HGO) regista hoje, dia 16 de janeiro, um total de 169 doentes positivos por infeção por SARS-COV-2, dos quais 148 estão internados em enfermaria, 18 doentes em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e 3 doentes internados em Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD).

Com estes números, o hospital volta a registar um crescimento dos doentes internados positivos para a infeção e a ajustar a lotação afeta à COVID-19, de modo a acomodar a necessidade do número de doentes internados positivos.

“Mantém-se a enorme pressão assistencial, devido à elevada procura de doentes “Covid” e doentes “não Covid” e que dura há mais de 10 semanas, tendo o hospital de recorrer a transferências para outros hospitais do país”, refere uma nota da Comunicação do Garcia de Orta enviada ao Semmais Digital.

O HGO permanece no nível III do seu Plano de Contingência, apresentando à data de hoje uma taxa de ocupação superior a 250%, relativamente ao que previa o Plano de Contingência, nomeadamente de 66 camas em enfermaria e 9 de cuidados intensivos, destinadas a doentes positivos para SARS-CoV-2.

Considerando a enorme pressão assistencial, decorrente da elevada procura de doentes “Covid” e doentes “não Covid”, o Hospital Garcia de Orta tem vindo a realizar reafetações sistemáticas de circuitos e espaços, como a conversão de camas de enfermaria cirúrgicas, em camas médicas. “Mas as conversões de camas, necessárias no HGO, abrangem também as áreas médicas. No total, e só na última semana, o total de camas reafectadas no Hospital foi de 35”, explica a mesma nota.

A administração hospitalar considera que “o elevado esforço e dedicação dos seus profissionais que têm sido o fator determinante para assegurar as soluções adequadas aos doentes servidos pelo HGO, apesar dos níveis de exaustão que revelam”.

Outro problema tem a ver com a falta de recursos humanos clínicos, “sobretudo especializados”, a que se juntam, segundo o Garcia de Orta, “as elevadas taxas de absentismo, por isolamento ou doença”, que assumem, neste momento, “um constrangimento com impacto no hospital”.

Entre as muitas medidas que a administração do Garcia de Orta tem vindo a implementar e outras que se seguirão, está a ser reavaliada a Lista de Espera de Inscritos para Cirurgia com os Serviços Cirúrgicos, de modo a relançar a contratação de salas Cirúrgicas fora do HGO, com equipas cirúrgicas do HGO, durante janeiro de 2021.