Entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, a GNR recebeu quase cinco vezes mais denúncias do que as que foram registadas no resto de 2020. Seixal é o concelho do distrito com maior número de ocorrências.
O cibercrime em Portugal tem aumentado ao longo dos anos, sendo que com a chegada da pandemia as denúncias dispararam. A nível nacional, só em 2020 a Procuradoria-Geral da República (PGR) registou 544 denúncias de cibercrime, das quais 138 foram encaminhadas para inquérito. O distrito de Setúbal acompanha esta evolução e em apenas dois meses registou 132 casos.
No nosso território, entre os meses de dezembro de 2020 e janeiro deste ano, as queixas por causa do cibercrime apresentadas à Guarda Nacional Republicana (GNR) foram cinco vezes mais do que as apresentadas durante o ano passado. Se em 2020 tinham sido registadas 28 ocorrências no distrito, em dezembro e janeiro de 2021, o número de queixas assinaladas atingiu as 132. O Seixal foi o concelho com mais ocorrências, seguindo-se de Sesimbra, Setúbal, Almada, Palmela, Moita e Alcochete.
Ao Semmais, o Comando Territorial da GNR de Setúbal afirma que entre os crimes informáticos mais comuns está o de burla informática, clonagem de cartão e devassa da vida privada por meio informático e que a incidência dos crimes anteriormente referidos é entre pessoas com mais de 25 anos.
Crimes nas comunicações em progressão no distrito
De acordo com Relatório Anual de Segurança Interna de 2019 (o último divulgado), a burla informática nas comunicações era um dos crimes com maior peso no distrito, representando um total de 855 denuncias apresentadas, com um aumento de 62,2% face a 2018. O concelho de Almada era, nessa altura, o que tinha maior predominância de crimes informáticos.
A nível nacional, em 2019, o relatório dá conta que os crimes informáticos tinham aumentado 42,7% face ao ano anterior. Na análise dos inquéritos, constata-se que foram constituídos 403 arguidos, efetuadas 67 detenções e ainda aplicada a medida de coação de prisão preventiva a 18 arguidos, tendo-se destacado a prática de burla informática, acesso ilegítimo e falsidade informática.
Em 2020 dispararam os crimes informáticos, com o mês de abril a registar o maior número de ocorrências, totalizando as 131 denúncias, segundo refere um relatório estatísticos da Procuradoria Geral da República (PGR). O Gabinete Cibercrime da PGR dá ainda enfâse ao aumento que se tem sentido ao longo dos anos no domínio do crime informático, em que as queixas aumentaram 139% no primeiro semestre de 2020, comparativamente com todo o ano anterior.
O Portal da Queixa revelou, já este ano, que o número de reclamações recebidas sobre burla online aumentou 71% face ao mês de janeiro de 2020. Em média, o portal afirma ter registado 20 reclamações por dia. Dados que apontam também para perdas avultadas dos consumidores, com o valor total a ultrapassar, só no primeiro mês do ano, os 100 mil euros.
O portal decidiu lançar a campanha #NãoSejasPato que visa alertar para os perigos dos crimes cometidos online e potenciar o consumo seguro na Internet. A GNR tem também desenvolvido ações de sensibilização na comunidade em geral, destacando-se as realizadas nas escolas. Também as Secções de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário (SPC) têm tido “uma abordagem que se foca essencialmente nas crianças, jovens, encarregados de educação e agentes educativos alertando para este tipo de criminalidade”, afirmou o comando territorial ao nosso jornal.