Lugar com mais de dez milhões de anos e a Mata dos Medos, mandada plantar por D. João V, são zonas em destaque paisagístico e turístico no concelho. Protocolo vai ajudar a sensibilizar a população para questões as ambientais.
Preservar o património natural existente, promover a educação ambiental e criar um plano de cogestão com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) é o objetivo da Câmara Municipal de Almada, que assim tenta criar novas condições de preservação da área de Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica.
No concelho de Almada são cerca de dez quilómetros de arriba – uma sucessão de estratos de rochas sedimentares com cerca de dez milhões de anos – e cuja preservação é considerada basilar. “É um património único, pelo que é fundamental conseguir a mobilização de todas as pessoas para o salvaguardar”, disse ao Semmais a presidente da autarquia, Inês de Medeiros.
De acordo com a autarca, o pedido de cogestão daquele espaço com o ICNF insere-se na política de transferência de competências decretada pelo Estado. “O que estamos a fazer ao celebramos um protocolo com o ICNF, que já aprovou a candidatura, é seguir as diretivas legais relativas às paisagens protegidas. De acordo com o que está previsto no diploma, será criada uma equipa que terá a incumbência de criar um plano de trabalho. Esse plano de trabalho deve incluir a sensibilização ambiental, a elaboração de projetos para a preservação da arriba e também a elaboração conjunta de estratégias de proteção”, adiantou a presidente.
Bombeiros sapadores florestais em defesa da Mata dos Medos
A zona protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica compreende também a denominada Mata Nacional dos Medos ou Pinhal do Rei, que foi mandada plantar por D. João V e classificada como reserva botânica desde 1971. Ao todo são cerca de 1570 hectares ao longo da arriba, estendendo-se ainda ao concelho vizinho de Sesimbra.
O reforço da proteção da área florestal motivou também a criação, por parte da edilidade almadense, de uma nova equipa de bombeiros sapadores florestais. Estes trabalhadores especializados, segundo adiantou Inês de Medeiros, possuem formação específica para atividades como a silvicultura preventiva e defesa da mata.
Esta equipa de sapadores é constituída por cinco elementos e estará equipada com uma unidade hidráulica para supressão de incêndios e uma mini-giratória apetrechada com destroçadores para limpeza de matos. Terá também a importante função de sensibilizar as populações da área protegida para questões como a limpeza da floresta ou utilização de fogos. Será este grupo, de acordo com a presidente da câmara de Almada, que terá a responsabilidade de vigiar e intervir em primeiro lugar nos eventuais incêndios que se venham a declarar na área protegida da Arriba Fóssil.
A grande afluência de visitantes ao local, sobretudo durante o verão, quando milhares de banhistas procuram as praias da região, é uma das principais preocupações das autoridades locais e também do ICNF, que temem pela eventual destruição de uma zona que há alguns milhares de anos tinha o mar encostado, ali deixando inúmeros vestígios de fosseis marinhos.
