O projeto museográfico do reservatório de água, situado próximo ao Santuário do Cristo Rei, em Almada, promete uma viagem didática e interativa ao mundo da água.
O futuro Museu da Água, a ser erguido nas galerias do reservatório do Pragal junto ao Santuário do Cristo Rei, em Almada, deverá estar pronto para receber visitantes em setembro deste ano, revelou ao Semmais Miguel Salvado, vereador administrador executivo dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Almada (SMAS).
“Decidimos fazê-lo aqui (o Museu da Água) porque temos os reservatórios em atividade e vão continuar a servir todos os dias a cidade de Almada e, também, devido às características de arquitetura da edificação que potencia a viagem ao mundo da água”, realça o vereador, destacando ainda a importância da proximidade com o Santuário do Cristo Rei. “Estamos em diálogo com o santuário para tentar que haja um intercâmbio em termos de bilhete”.
O projeto museográfico conta com um orçamento previsto de 213 mil euros, numa iniciativa pensada para dar a “conhecer a missão e a história do SMAS de Almada que este ano completa 70 anos de atividade”, afirmou Miguel Salvado, avançando que “este será um espaço de excelência em termos de museu e de exposição numa zona nobre da cidade que será cada vez mais desenvolvida”.
A ideia, que surgiu na primeira metade do mandato, teve inicialmente o contributo de estudantes da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa (FAUL), que desenvolveram um conjunto de propostas para o espaço, algumas das quais vão ser aproveitadas. “A colaboração com a FAUL, que envolveu cerca de 30 alunos, correu muito bem e aproveitámos ainda algumas ideias para o interior do museu que são concretizáveis, mas que não podemos desvendar para criar alguma expetativa nas pessoas”, sublinhou.
Projeto vai ser todo construído debaixo de terra
Com uma zona museológica tradicional, que integra o ciclo urbano da água, e outra digital e totalmente interativa, este será um museu subterrâneo, no interior das estruturas dos depósitos, que se encontram debaixo de terra. “O acesso até à zona principal vai ser feito numa galeria tipo túnel. Quem lá entrar, vai ter a sensação de estar numa espécie de gruta de água, numa galeria, num túnel… A nossa ideia é criar a expetativa de que o visitante está a entrar no mundo da água”, avançou, em exclusivo ao Semmais, Miguel Salvado.
A estrutura vai contar com um polivalente destinado a receber apresentações literárias, exposições temporárias, atividades ou colóquios relacionados com a temática da água. Terá ainda um polo pedagógico que permite acolher a comunidade educativa e associativa, e que estará “vocacionado para a educação ambiental”, com vista a sensibilizar os mais jovens sobre a importância dos valores da água na sociedade. “Será um espaço que permite desenvolver os nossos projetos de sustentabilidade ambiental, compromisso social e do uso eficiente da água”, afirmou o vereador.
O concurso público para a execução da obra foi lançado esta segunda-feira e vai contar com duas fases. A primeira, “quando a empresa for escolhida, vai preparar todos os conteúdos físicos e digitais, que é uma fase que nós vamos acompanhar e ter de entregar muita informação sobre o projeto a ser desenvolvido” revela Miguel Salvado, destacando ainda que numa segunda fase da empreitada, “será destinada à montagem desses conteúdos e do museu em si”. A autarquia prevê o arranque dos trabalhos na terceira semana de abril com um prazo de execução de 120 dias.