Unidade hospitalar implementou um sistema de teleconsulta para doentes com insuficiência cardíaca, devido à pandemia de covid-19, considerado pioneiro no Alentejo e que já acompanha à distância cerca de 30 pacientes.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) indicou que o Hospital de Dia de Insuficiência Cardíaca por Teleconsulta arrancou em dezembro de 2020 e, atualmente, acompanha cerca de 30 doentes.
Desenvolvido pela equipa do Serviço de Cardiologia da unidade hospitalar, o projeto, considerado pelo HESE como “pioneiro no Alentejo”, começou a ser definido “há cerca de um ano”, devido à pandemia de covid-19.
Citado no comunicado, o médico cardiologista e responsável pela teleconsulta do Hospital de Dia de Insuficiência Cardíaca, Bruno Piçarra, realçou que o projeto “transformou a ameaça em oportunidade”.
“Ao longo da pandemia, percebemos que alguns doentes deixaram de vir ao hospital, adiando as consultas, o que se refletiu num agravamento do seu estado de saúde”, referiu o clínico.
Nesse sentido, sublinhou, o Serviço de Cardiologia “consolidou este projeto, com o objetivo principal de dar resposta aos doentes e continuar a assisti-los de forma mais segura e com maior regularidade”.
Segundo o HESE, esta nova forma de consulta permite também “um atendimento multidisciplinar, em que o doente é avaliado por uma equipa médica e de enfermagem que promove a sua saúde e autonomia”.
“Não é necessária a deslocação do doente ao hospital e, muitas vezes, a consulta estende-se também ao cuidador, que é um elemento fundamental para alguns doentes”, frisou, salientando que a avaliação dos pacientes é feita também por profissionais de “outros serviços”.
Assim, notou a unidade hospitalar, é possível realizar “uma abordagem holística do doente com insuficiência cardíaca”.
Esta teleconsulta destina-se aos doentes que sofrem de insuficiência cardíaca e que já são acompanhados pelo Serviço de Cardiologia do HESE, abrangendo toda a região do Alentejo.
Para o hospital de Évora, esta nova valência gera “benefícios quer no tratamento e monitorização dos doentes, quer na redução de internamentos e custos hospitalares”.
A insuficiência cardíaca é uma epidemia mundial com elevada morbilidade e mortalidade.
Em Portugal, a doença está mais presente em pessoas com mais de 80 anos e, atualmente, é responsável por até 4% dos internamentos, sendo a principal causa de admissão hospitalar naqueles acima dos 65 anos.
Esta doença é caracterizada por sintomas como a falta de ar, o inchaço e a intolerância progressiva aos esforços, e, além dos sintomas físicos, algumas pessoas podem ser afetadas pela seriedade e gravidade da insuficiência cardíaca e poderão ter sintomas emocionais, como depressão e ansiedade.