A recolha seletiva de resíduos urbanos biodegradáveis em Setúbal, no âmbito de um projeto inovador desencadeado pelo município, está a avançar com a recente instalação dos primeiros contentores, acessíveis com cartão eletrónico próprio.
Ao todo, mais de meia centena de contentores coletivos estão a ser instalados junto dos contentores de lixo comum, em quatro bairros da freguesia de S. Sebastião, especificamente nos bairros Afonso Costa, Monte Belo (Norte e Sul), Nova Azeda e Vale do Cobro.
Esta operação de instalação destes equipamentos destina-se a “reforçar a recolha dos designados Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB)”, no âmbito do projeto “Setúbal Composto”, que antecipa, em todo o concelho, a obrigatoriedade de Portugal assegurar, a partir de 2024, a separação e reciclagem na origem ou na recolha seletiva deste tipo de lixo, informa a autarquia em comunicado.
O “Setúbal Composto”, com financiamento europeu no âmbito do PO SEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, divide-se em duas grandes fases, ambas em desenvolvimento, e contempla, entre outras ações, a instalação de contentores coletivos, semienterrados, na via pública em todo o concelho.
Os 61 contentores que, na fase atual, estão a ser instalados nos bairros Afonso Costa, Monte Belo, Nova Azeda e Vale do Cobro, ficam disponíveis para utilização dentro de poucos meses, e abrangem cerca de 11 mil munícipes residentes naquelas quatro zonas da cidade de Setúbal.
Os moloks apresentam uma capacidade para armazenamento de três mil litros de lixo e possibilitam recolher as cerca de duas mil toneladas de resíduos urbanos biodegradáveis que esta área residencial do concelho produz anualmente, os quais serão reaproveitados posteriormente para produzir composto e energia.
Os novos contentores têm ainda a particularidade de serem apenas acessíveis por cartão eletrónico individual, o que permite saber a quantidade produzida de lixo nos diferentes pontos da cidade.
Além do cartão, os aderentes desta fase inicial antes da obrigatoriedade a nível nacional recebem um contentor de 20 litros para servir de apoio à confeção das refeições, para que a separação seja feita em casa e, depois, os resíduos depositados no contentor de orgânicos.
A adesão ao projeto, nesta fase experimental, carece de inscrições, “contando, até ao momento, com cerca de 2000 inscritos”, sublinha o município.
A instalação dos 61 contentores para recolha seletiva marca o início da segunda de duas fases do projeto “Setúbal Composto”.
A primeira fase, iniciada em janeiro, inclui a recolha de seletiva destes resíduos porta a porta em 9600 fogos em áreas específicas do concelho, de acordo com o mapa disponibilizado no site Setúbal em Bom Ambiente, acessível em www.setubalambiente.pt.
Nesta primeira fase, a operação municipal inclui, igualmente, a recolha de resíduos biodegradáveis produzidos no setor da restauração e similares, especificamente em escolas, cantinas, mercados, restaurantes, pastelarias, hotéis, hospitais e cemitérios do município.
Em fevereiro, a câmara municipal “investiu quase 500 mil euros na aquisição de quatro camiões, com 16 metros cúbicos de capacidade, destinados a reforçar a recolha seletiva de resíduos orgânicos no concelho”.
Os resíduos orgânicos ou biorresíduos são produzidos diariamente pela população e resultam da preparação dos alimentos para fazer uma refeição e dos restos de comida que são descartados, traduzindo-se em cerca de 40 por cento do volume depositado no caixote de uma família.
O conceito de biorresíduos ou resíduos orgânicos inclui, para efeitos de separação a entregar no âmbito deste projeto, restos de preparação e confeção de refeições, sobras de alimentos, restos de produtos frescos não embalados como legumes, frutas, carne e peixe, pão e bolos, borras de café, saquetas de chá e toalhas e guardanapos de papel.