Associação da Indústria de Setúbal pede ao Governo e deputados para desenvolverem a região

A Associação da Indústria de Setúbal (AISET) apelou hoje ao Governo e aos deputados para que cumpram o desígnio do desenvolvimento do 25 de Abril, facilitando o acesso da região a fundos comunitários.

“O `D´ de Desenvolvimento é o que ainda mais incompleto se encontra passados 47 anos do 25 de Abril”, afirma o diretor geral da AISET, Nuno Maia Silva, numa declaração alusiva ao aniversário da revolução de 25 de abril de 1974, em que lança o repto para a criação urgente de NUTS 2 e 3 na Península de Setúbal, de forma a evitar que a região continue a ser prejudicada na atribuição de fundos comunitários.

“Cabe-nos a todos, todos os dias fazer porque esse `D´ se cumpra também, e o Governo e os deputados têm agora uma excelente ocasião para o fazer, alterando uma situação injusta e prejudicial para a economia e para a coesão social da Península, causada pela burocrática inclusão destes nove concelhos da Península (Almada, Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal) nas mesmas NUTS da margem norte do Tejo, que têm níveis de riqueza e desenvolvimento totalmente diferentes”, explica o diretor geral da AISET.

NUTS é o acrónimo de `Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos´, sistema hierárquico de divisão do território criado pelo Eurostat para harmonização das estatísticas regionais dos vários países da União Europeia e que se subdivide em NUTS1, NUTS2 e NUTS3, sendo estas últimas, NUTS 2 e 3, as unidades administrativas que as principais empresas da região reclamam para a Península de Setúbal.

Na declaração alusiva ao 25 de Abril, a que a agência Lusa teve acesso, a AISET manifesta o desejo de que o aniversário da revolução “seja comemorado na Península de Setúbal com uma decisão do Governo e dos deputados que permita à Península voltar a poder receber financiamento de fundos europeus para os projetos de investimento das empresas, autarquias, IPSS – Instituições Particulares de Solidariedade Social e Administração Pública”.

“Este cofinanciamento é indispensável para recuperar os níveis de desenvolvimento perdidos ao longo da última década e ameaçados para a próxima década se esta situação de exclusão do financiamento europeu se estender até 2034, como pode infelizmente suceder se a atual situação não for rapidamente invertida”, justifica a associação empresarial de Setúbal.

Para AISET, “cumprir o 25 de Abril é acabar com esta discriminação, consensualmente rejeitada por todas as forças vivas e agentes políticos da Península: empresas, sindicatos, autarcas, deputados, academia e instituições de cariz social”.

A AISET, que representa dezenas de empresas, incluindo algumas das maiores exportadoras nacionais, como a Lisnave, Navigator, Secil e Lusosíder, entre outras, refere ainda que a Península de Setúbal “é a única parcela do território nacional com necessidade de ser apoiada pela Europa que é excluída desse apoio”.