Baía do Tejo aposta na valorização da antiga zona industrial da CUF, no Barreiro

A valorização e dinamização da antiga zona industrial da CUF é o principal objetivo do protocolo apresentado hoje pela Baía do Tejo e Câmara do Barreiro, durante as comemorações dos 150 anos do nascimento de Alfredo da Silva.

No protocolo, a Baía do Tejo assume a responsabilidade pela manutenção, segurança e despesas com as infraestruturas e a Câmara do Barreiro compromete-se a iniciar o processo para a isenção do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) dos ativos classificados que integram o Projeto Fábrica.

O Projeto Fábrica, que também deverá potenciar o desenvolvimento do turismo industrial naquele território, pretende requalificar e classificar o património da antiga CUF, agora propriedade da Baía do Tejo, trabalho que será acompanhado pela Fundação Amélia de Mello, dos herdeiros de Alfredo da Silva.

Empresário e empreendedor, Alfredo da Silva teve um papel relevante no desenvolvimento da indústria química e têxtil, transportes e saúde, bem como na criação do antigo grupo CUF, no Barreiro, que chegou a ser o maior complexo industrial do país no século XX.

Segundo o presidente da Baía do Tejo, Jacinto Pereira, a valorização e dinamização desse património industrial da antiga CUF vai potenciar toda a atividade da Baía do Tejo, contribuindo para o enriquecimento cultural, económico e social da cidade do Barreiro e da região de Setúbal.

“O próprio facto de a Baía do Tejo ter procurado acolher e promover iniciativas de índole artística e cultural e ter diversificado as áreas de atividade nos esforços de atração de investimento permitiu começar a criar o ‘cluster’ das indústrias criativas e do conhecimento”, disse à agência Lusa Jacinto Pereira.

Este ‘cluster’, acrescentou, “permitiu juntar no Parque Empresarial da Baía do Tejo importantes referências como o artista Vhils, PADA Studios, Hey Pachuco, Coletivo SPA, Guta de Carvalho, entre outros, bem como a presença de importantes arquivos, como os da Ephemera, de Pacheco Pereira, dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra e da própria Fundação Amélia de Mello, além do Espaço Memória do município do Barreiro”.

Jacinto Pereira salientou ainda que as marcas identitárias do território e a cidade-fábrica (Barreiro) são ponto de partida para a requalificação do património industrial da antiga CUF, com novas abordagens que também deverão abrir caminho a uma oferta turística – turismo industrial – a nível nacional e internacional.