Sesimbrense Marco Paixão faz história no futebol da Turquia

Aos 36 anos, o futebolista natural de Sesimbra é dos jogadores mais estimados pelos adeptos do Altay, equipa turca que representa desde 2018.

Desde 2006 que não vive em Portugal, mais concretamente em Sesimbra, vila que o viu nascer e crescer até aos 21 anos, altura em que, de malas e bagagens, rumou até Espanha para jogar nas equipas de CD Guijuelo, Logroñés CF e na Cultural Leonesa, após passagem pelos clubes portugueses GD Sesimbra e FC Porto B.

Mas, a primeira experiência de Marco Paixão no futebol profissional só aconteceu em 2009, quando assinou pelo Hamilton Academical da Scottish Premier League. Depois, passou por vários outros clubes até chegar ao Altay, na Turquia, equipa que representa desde 2018. “O mais importante é continuar o meu amor ao futebol como se tivesse 10 anos de idade. A paixão pelo que fazemos é essencial para lograr o êxito e eu amo muito o que faço”, conta ao Semmais.

O sesimbrense, agora com 36 anos, foi considerado o melhor marcador da II Liga turca, com uma média de cerca de um golo por jogo e é admirado pelos adeptos do Altay. A cumprir a terceira temporada ao serviço deste clube, Paixão já deu provas mais do que suficientes de que é um verdadeiro goleador. A 26 de maio deste ano, marcou o único golo aos 89 minutos e deu o triunfo ao Altay sobre o Altinordu na final do play-off de subida à I Liga turca e colocou o clube de Izmir (terceira maior cidade da Turquia) no principal campeonato, 18 anos depois.

 

Internacional já marcou cerca de 200 golos ao longo da carreira

O sucesso de Paixão no futebol internacional é fruto da grande dedicação e exigência que o jogador tem para alcançar os objetivos. “O segredo é acordar todos os dias com vontade de ser o melhor e ser positivo em tudo o que rodeia a minha vida, assim como ser competitivo comigo mesmo, exigir a mim próprio ser o melhor”, afirma.

Com cerca de 200 golos marcados ao longo da carreira, o avançado nunca foi convocado para representar a seleção portuguesa, uma oportunidade que Marco Paixão diz que talvez merecesse, quando jogou no Lechia Gdańsk, na Polónia. “Merecia uma oportunidade no ano em que estava na Polónia e fiz 28 golos, acreditei muito que ia lá chegar, mas às vezes no futebol acontecem coisas que não dependem só de nós. Infelizmente não me deram uma oportunidade naquela altura em que o selecionador era Paulo Bento”, sublinha.

Apesar dos quase cinco mil quilómetros de distância que separam Portugal da Turquia, o irmão gémeo de Flávio Paixão, também este futebolista, regressa à vila de Sesimbra cerca de duas vezes por ano e não se esquece das origens. “É a terra do meu coração, a minha vila linda… Amo estar onde nasci, acompanhado dos meus amigos e da minha família. Amo estar em Sesimbra. É como renascer de novo”, admite, acrescentando que, apesar da relação que tem com o país, não se imagina no futuro a fazer carreira em Portugal. “Eu diria que é impossível. Os clubes portugueses olham para outro tipo de situações, e eu neste momento estou muito feliz na Turquia”, conclui o futebolista.