35 milhões implementam central fotovoltaica em Palmela

Para o edil local, esta central é um forte contributo para fazer de Palmela um dos principais produtores nacionais de energia verde e um fator de atratividade para as empresas do concelho.

Os cerca de 45 hectares de um terreno onde está plantado um milheiral, na zona dos Olhos de Água, na freguesia de Quinta do Anjo, concelho de Palmela, adquiridos a um privado pela NextEnergy Capital, empresa de gestão de investimentos e ativos no setor das energias renováveis, vão acolher uma central fotovoltaica, cujo investimento ronda os 35 milhões de euros.

O projeto foi divulgado na última quarta-feira, através do lançamento da primeira pedra no terreno onde será construída a infraestrutura, e contou com as presenças de Álvaro Amaro, presidente da câmara de Palmela, Filinto Martins, diretor-geral da NextEnergy Capital, e Rogério Ponte, CEO da Frequent Summer, empresa de engenharia e licenciamento de projetos de energias renováveis.

Com a construção prevista para daqui a dois ou três meses, a central contempla 90.076 painéis solares, com uma potência instalada de 40,5 MWp. O projeto terá uma capacidade de produção anual de 71.3 GWh de energia elétrica, a partir do próximo ano – entre o segundo e o terceiro trimestre -, o que permitirá abastecer mais de 21 mil habitações e evitar a emissão de 18.660 toneladas de CO2 por ano, bem como várias empresas ligadas ao Cluster Automóvel. “Como esta central vai ficar próxima da zona industrial de Palmela, aumenta as possibilidades de o comércio de eletricidade estender-se, também, a empresas ligadas ao setor automóvel, como a AutoEuropa”, vincou Filinto Martins.

O diretor-geral da NextEnergy Capital realçou que a aposta neste concelho surgiu pelas condições geográficas “excelentes” para a realização deste tipo de projetos, e, também, porque estavam reunidas “todas as condições” quer de produção face ao custo de construção, quer de acesso à rede.

 

Projeto vai permitir criar mais de cem postos de trabalho

No que diz respeito a empregos, Filinto Martins afirma que estão garantidos, pelo menos, nas operações de manutenção, “quatro postos de trabalho permanentes”. Isto sem contar com aqueles que estão relacionados com o empreiteiro geral, para a construção da infraestrutura, que rondará uma “centena”.

Esta é a terceira e “maior” operação da NextEnergy Capital em Portugal, depois de ter investido 18 milhões de euros na aquisição da Central Fotovoltaica de Paderne, no Algarve, em outubro do ano passado.

Já Rogério da Ponte adiantou que a escolha de Palmela para este investimento, que começou a ser planeado em 2018, deveu-se à existência de um “forte” cluster industrial, especificamente do setor automóvel. “São empresas que consomem bastante energia e fazia todo o sentido ter aqui esta central fotovoltaica com esta dimensão para potenciar o fornecimento com condições mais competitivas a estas indústrias”.

O presidente da câmara mostra-se satisfeito pela escolha do concelho e vê com bons olhos um investimento que vai ao encontro das metas definidas pela autarquia no eixo da sustentabilidade ambiental e eficiência energética e dos objetivos definidos no âmbito do Plano de Ação para a Energia Sustentável de Palmela. “A sustentabilidade é um objetivo tangível, incontornável e inadiável em Palmela, em todas as suas dimensões, pelo que acarinhamos este projeto pelo valor que vem acrescentar ao território e pela sua ligação direta ao cluster automóvel. Ao fornecer energia de fontes renováveis a empresas de enorme dimensão, que são grandes consumidoras, este investimento poderá ter um efeito multiplicador, que favoreça uma mudança mais rápida de paradigma dentro do setor”, sublinhou ao Semmais.

Na sua ótica, a central fotovoltaica é “mais um forte contributo para fazer de Palmela um dos principais produtores nacionais de energia verde”, acrescentando que uma energia “verde e mais barata” constitui, sem dúvida, um fator de “atratividade” para as empresas.