Só Alcochete, Montijo, Palmela e Sesimbra têm menos um idoso (65 ou mais anos) por cada cinco habitantes. Situações mais preocupantes verificam-se em três concelhos do Litoral Alentejano e no Barreiro.
O nível etário dos habitantes de cada concelho do distrito de Setúbal aumentou entre os anos de 2011 e 2019. A conclusão é do Instituto Nacional de Estatística (INE) que, na análise dos 13 municípios, revela que apenas quatro possuem menos de 20 por cento de habitantes com menos de 65 anos de idade.
De acordo com o mesmo levantamento, há mesmo seis concelhos que possuem médias etárias acima da encontrada para o país, que era de 19,04 em 2011 e passou, em 2019, para 22,15 por cento. Um dos municípios mais envelhecido do nosso território, à data do estudo, era Almada, onde 23,29 por cento dos seus 169.039 habitantes tinham mais de 65 anos. No Barreiro, onde residiam 75.147 pessoas, a situação ainda é mais grave, com a percentagem a atingir os 26,73. Já em Setúbal, que tinha 115.126 residentes, 22,46 são idosos. A situação agrava-se consideravelmente nos concelhos do Litoral Alentejano, onde apenas Sines estava ligeiramente abaixo da média nacional (21,25 por cento). Alcácer do Sal, com 30,41 por cento de residentes acima dos 65 anos, era o município mais envelhecido. Em Santiago do Cacém a percentagem atinge 27,14 e em Grândola atinge os 25,52 por cento.
O envelhecimento populacional do distrito tem, de resto, sido abordado por diversas autarquias. No Barreiro, por exemplo, conforme disse recentemente ao Semmais o vereador Rui Braga, o processo estará a inverter-se nos últimos anos. Tal deve-se, segundo explicou, a uma política camarária virada para o reforço de habitações com renda acessível e ainda ao aumento do parque empresarial da cidade, de modo a possibilitar a chegada de mais casais jovens.
Concelho de Alcochete é o mais pequeno e mais novo
Os dados estatísticos do INE referem que o concelho de Alcochete, que era o menos povoado de entre os nove da península de Setúbal, com apenas 19.787 habitantes à data do estudo, registava também menos idosos, com uma percentagem de 16,7 por cento. Ainda assim, em 2011 a percentagem era apenas de 15,24 por cento.
O reforço das políticas sociais de habitação estará também a ocorrer no Montijo, o segundo concelho menos envelhecido do distrito, que contava com 17,12 por cento dos seus 57.164 habitantes com 65 ou mais anos de idade. A recuperação de diversos edifícios (fábricas abandonadas) no centro da cidade e junto ao Tejo para ali ser construída habitação com rendas acessíveis tem sido um dos argumentos apresentados pelo presidente Nuno Canta.
Sesimbra, que em 2011 tinha 15,63 por cento da população com 65 ou mais anos de idade, tinha em 2019 o terceiro melhor registo do distrito, com uma percentagem de 17,19.
Os autarcas dos nove concelhos que integram a Área Metropolitana de Lisboa (AML) apontam também a proximidade dos mesmos à capital como razão para atrair novos residentes e com uma média etária mais baixa.
Servidos por autoestrada, duas pontes e linha ferroviária, os nove municípios da península de Setúbal possuem um sistema de transportes em modernização, a qual, de resto, é confirmada pela renovação da frota rodoviária da AML, numa tentativa de melhorar as deslocações e as acessibilidades no interior dos concelhos.
Alguns municípios, como o Seixal, apostam na construção de infraestruturas de lazer e desporto para fixarem e atraírem novos residentes. O apoio aos clubes desportivos é uma realidade no concelho presidido por Joaquim Santos, com especial incidência nos que se dedicam à prática de modalidades aquáticas, aproveitando as condições da baía existente.
