Ações de vigilância, denúncias e aplicação de coimas contribuem para que não exista um elevado número de incêndios florestais.
O ano civil ainda não terminou, mas o número de contraordenações passadas pela GNR a proprietários que não cumpriram o que está determinado em questões de limpeza e prevenção contra incêndios florestais já ultrapassou o total contabilizado no período homólogo de 2020. Até final de setembro, segundo informação oficial, foram já contabilizadas 246 infrações.
Respondendo a uma questão do Semmais, o Comando Territorial de Setúbal da GNR informou que os valores detetados até final de setembro deste ano são “ligeiramente superiores” aos verificados no mesmo período do ano transato, sendo que no final de 2020 as contraordenações levantadas se cifraram em 269 casos.
Ainda de acordo com a GNR, os concelhos do nosso distrito onde foram efetuados o maior número de contraordenações são os de Grândola e Montijo, facto que é tido como normal, pois são duas das maiores áreas agrícolas do território.
“A intensificação das ações de fiscalização e as denúncias de falta de limpeza dos terrenos contribuem, de certeza, para que muitos proprietários tenham hoje cuidados que, se calhar, não tinha há uns anos. Hoje sabem que se não cumprirem existem muito mais probabilidades de serem autuados”, referiu fonte da GNR.
Multas por incumprimento podem chegar aos 800 euros
A falta de limpeza dos terrenos, a qual pode originar fogos florestais, implica o pagamento de coimas que vão desde os 140 euros para pessoas individuais até aos 800 para as coletivas.
Refira-se que no ano passado, de acordo com os dados constantes no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), registaram-se 265 participações em todo o distrito devido a questões que, potencialmente, poderiam originar incêndios florestais, de mata, arvoredo ou searas. Um valor claramente inferior aos 455 casos verificados em 2019 e que, de acordo com a GNR, pode ser explicado também pelo facto de ter sido substancialmente reduzido, devido aos condicionalismos da pandemia, o número de pessoas em circulação. De resto, no somatório do continente e ilhas, o distrito de Setúbal foi apenas o 13º em termos de participações.
Em 2020 registaram-se em Portugal 9.690 incêndios (tinham sido 10.920 um ano antes) tendo ardido uma área total de 67.153 hectares (41.961 em 2019). No distrito de Setúbal, no ano passado, a área ardida foi de 59,82 hectares, enquanto que em 2019 arderam 112,24 hectares. A média consumida nos últimos dez anos foi de 175,67 hectares.