Depois do “boicote” e das “más surpresas”, o presidente da câmara da Moita diz estar a arrumar a casa. Já pediu auditoria à Inspeção Geral de Finanças relativa à anterior gestão e está a resgatar recursos humanos subaproveitados.
Depois do “choque” inicial, com “informação escondida e boicotes” à passagem de testemunho, na sequência da vitória eleitoral do PS na Moita, o novo presidente, Carlos Albino, tem vindo a reafectar ao seu gabinete técnicos que “estavam subaproveitados”.
Segundo disse ao Semmais “é mais um passo para tornear os constrangimentos” com que se tem deparado neste arranque do mandato, com “surpresas atrás de surpresas”. “Alguns destes técnicos muito experientes e de grande valor estavam mal aproveitados e estão, agora, a trabalhar em pleno, inseridos numa equipa escolhida por mim, que considero ser a certa para enfrentarmos todos os desafios que temos pela frente”, afirma Carlos Albino.
Na segunda-feira passada, o edil fez seguir para a Inspeção Geral de Finanças um pedido de auditoria às contas municipais do seu antecessor, Rui Garcia, dando expressão a uma das suas promessas eleitorais e cumprindo uma das exigências antigas do PS na oposição.
O presidente socialista da câmara da Moita prepara-se, também, fazer mudanças no quadro orgânico de pessoal, uma estrutura que considera “muito pesada e pouco funcional”, o que, no seu entender, faz com que o andamento dos processos camarários “não sejam ágeis”. E acrescenta: “Depois destas avaliações, é nossa obrigação procurar soluções e responder a estas necessidades”.
Choque inicial e uma carga de trabalhos pela frente
Para Carlos Albino tem sido uma carga de trabalhos desde que assumiu funções. “Uma das coisas que mais nos chocou foi perceber que existiam processos de investimento, muito importantes para a autarquia, simplesmente parados nos serviços”, confessa ao Semmais.
E dá exemplos mais rocambolescos. “Três dias depois de tomar posse, descobrimos a existência de uma caixa de email geral da câmara com mais de 600 emails por responder, desde o dia 13 de outubro. Quase que não deu para acreditar”. E mais grave que isso, confirma Carlos Albino, o desaparecimento de uma pasta com os ficheiros da presidência que existe no servidor da autarquia. “Tinha sido tudo apagado”, reafirma.
Foi por isso uma passagem de testemunho turbulenta e carregada de surpresas, a começar pelos “vinte minutos” de conversa com o seu antecessor, que ocorreu, segundo diz, “depois de muita insistência”. Esta pequena conversa terá sido lapidar: “O anterior presidente perguntou, somente, se eu tinha questões a colocar e, perante isso, coloquei algumas questões genéricas. Sobretudo porque o que me preocupava era se os ordenados dos funcionários estavam assegurados. Não me foi passado nenhum documento”, conta.
Preparado para os próximos embates, o autarca lembra surpresas mais agradáveis, como a “disponibilidade” que muitos dos funcionários mostraram desde o primeiro dia para trabalhar e colaborar com o novo executivo. “Foram eles que nos guiaram nos procedimentos a seguir, explicaram como funcionavam os serviços e auxiliaram nos momentos mais críticos”, elogia.