Retirada de amianto incita manifestação hoje na EB 2,3 de Alembrança, no Feijó

Durante os trabalhos os alunos ficarão instalados em contentores. Encarregados de educação e junta de freguesia defendem que havia outras datas que nem sequer obrigavam os alunos a irem à escola.

A operação de remoção das placas de fibrocimento (que contém amianto) na Escola EB 2, 3 de Alembrança, no Feijó, prevista para ontem, dia 13, pode vir a ser boicotada pelos pais dos alunos, que discordam das datas de execução dos trabalhos escolhidas pelo município de Almada e pelo Ministério da Educação. Os encarregados de educação entendem que seria preferível proceder à obra no final do mês, quando há uma interrupção das aulas, em vez de sujeitar os alunos a permanecerem num local cuja qualidade do ar, dizem, ficará comprometida.

“Já houve situações anteriores em que, depois das análises efetuadas por associações ambientalistas e equipas técnicas, se verificou que a qualidade do ar não era a indicada para manter as pessoas nas imediações”, disse ao Semmais o presidente da Junta de Freguesia do Laranjeiro/Feijó, Luís Palma. “A junta está solidária com os pais e alunos, e lembra os problemas surgidos anteriormente na Escola Daniel Sampaio, na Sobreda, e na Escola Anselmo de Andrade, em Almada. Aqui dizem que não vão existir quaisquer problemas, mas não estamos cientes disso”, disse o autarca reportando-se a anteriores intervenções envoltas em polémica.

 

Alunos instalados em contentores por cinco dias

O plano municipal para a retirada das placas em seis pavilhões prevê o início dos trabalhos para hoje, sendo que os mesmos se deverão prolongar por, pelo menos, mais cinco dias. Durante esse período os alunos serão instalados em contentores que, segundo Luís Palma, já se encontram colocados no parque desportivo da escola.

“A sugestão da junta e dos pais era para que as obras se realizassem no final de novembro, altura em que vai existir uma paragem das aulas por cinco dias. Depois, caso as obras se prolongassem por mais tempo, os estudantes ficariam nas suas casas, em teletrabalho”, adiantou o autarca, lamentando também que, apesar de já ter solicitado por duas vezes reuniões urgentes com responsáveis da câmara de Almada, “nenhuma resposta tenha sido dada”.

A intransigência da autarquia e do Ministério da Educação em alteraram a data terá a ver com os períodos de contratualização efetuados com a empresa que irá efetuar os trabalhos. A alteração dos trabalhos ou prolongamento dos mesmos para além das datas antes combinadas representa o pagamento de compensações financeiras.

A associação de pais da EB 2,3 de Alembrança convocou, entretanto, uma concentração para hoje, dia 15, junto à entrada do estabelecimento.