Montenegro dececionado com momento do setor dos mármores no Alentejo

No programa “Sentir Portugal”, o líder social-democrata visitou uma pedreira em Borba e verificou o abandono resultante do estigma do setor dos mármores e da descrença dos empresários devido à falta de apoios.

Num dia do programa “Sentir Portugal” dedicado aos concelhos de Vila Viçosa, Alandroal e Borba, o presidente social-democrata, Luís Montenegro, visitou uma pedreira, as obras da nova ferrovia e o troço da estrada que ruiu para o interior de duas pedreiras.

“Verifiquei que há um abandono” no setor dos mármores, o qual “está muito bem ilustrado no sítio onde nos encontramos“, afirmou o dirigente “laranja” na antiga estrada que ligava Borba e Vila Viçosa e cujo troço abateu, em 2018, causando cinco mortos.

Considerando que, após o acidente, foi criado “um estigma” no setor dos mármores, o líder do PSD defendeu que, devido à tragédia, o país não deve “desistir” desta indústria e do aproveitamento dos recursos existentes.

“Fico dececionado com aquilo que vi, quatro anos depois dessa tragédia, de abandono total, visível a olho nu”, realçou, lamentando a falta de soluções para manter a atividade económica e para a mobilidade entre os concelhos de Borba e Vila Viçosa.

Luís Montenegro disse que também sentiu “da parte dos empresários uma certa descrença”, devido à “falta de apoio e excesso de burocracia”, pois as autoridades “quiseram ir do oito ao 80” com as alterações legais.

“Depois de casa roubada trancas à porta e, depois do acidente vamos, pura e simplesmente, acabar com a atividade, mas entendo que não nos devemos resignar e desistir daquilo que sabemos fazer bem e das potencialidades que temos”, sublinhou,

O presidente social-democrata defendeu igualmente a construção de uma plataforma logística na zona de Alandroal para servir a futura ferrovia entre Sines e Caia (Elvas) para “alavancar as atividades económicas” desta região.