Sindicatos pedem reunião à Alsa Todi para exigir melhores condições

Os sindicatos dos trabalhadores da Alsa Todi vão pedir uma reunião à administração da empresa para debater a “falta de condições de trabalho e sobrecarga de horários dos motoristas”, revelou hoje fonte sindical, após um plenário em Setúbal.

“Nós achamos que o momento é de a empresa assumir as suas responsabilidades e, imediatamente, começar a superar alguns destes pontos, embora saibamos que não vai conseguir resolver já todos os problemas”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), Rui Caleiras.

“Se o conselho de administração da Alsa Todi, na reunião que a plataforma sindical vai solicitar para comunicar a informação do plenário, não nos der resposta, avançaremos com formas de luta para as quais fomos mandatados pelos trabalhadores”, acrescentou o dirigente do SITRA, que acompanhou o plenário realizado nas instalações da empresa, na Varzinha, em Setúbal.

A plataforma sindical referida por Rui Caleiras inclui representantes de três sindicatos do setor: o SITRA, o Sindicato Nacional de Motoristas e o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), este último da FECTRANS – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.

Em declarações à agência Lusa, Rui Caleiras referiu ainda que os sindicatos vão também alertar a administração da Alsa Todi para um problema de relacionamento interpessoal de alguns trabalhadores com uma chefia, que os quer obrigar a fazer trabalho suplementar.

De acordo com o sindicalista, quando os trabalhadores não aceitam fazer o trabalho extraordinário que lhe é pedido, são alvo de alguma “prepotência e represálias”.

O dirigente do SITRA lamentou ainda que, no Interface de transportes de Setúbal, na Praça do Brasil, haja espaços adequados — zonas para refeição e casas de banho para os trabalhadores -, que não estão ainda a funcionar e garantiu que as revindicações dos trabalhadores da Alsa Todi não passam por questões remuneratórias.

“Como toda a gente sabe, há falta de motoristas no setor. A Alsa Todi não foge à regra e tem sobrecarregado um conjunto de trabalhadores com trabalho extraordinário em excesso e algumas chapas de serviço (horários e carreiras atribuídas a cada motorista) que estão mal feitas”, frisou o sindicalista.

“Não estamos a falar da parte remuneratória – porque a maior parte das reivindicações dos trabalhadores, quando existem, é a parte reivindicatória remuneratória. Na Alsa Todi estamos só a falar só de condições de trabalho”, reiterou Rui Caleiras, lembrando que há um acordo salarial na empresa para os próximos quatro anos.

De acordo com os sindicatos, o plenário de trabalhadores da Alsa Todi, realizado hoje de manhã em Setúbal, afetou de forma significativa a circulação de carreiras entre as 09h30 e as 12h30.

A Alsa Todi assegura, desde o passado mês de junho, os transportes públicos rodoviários no lote 4 da Carris Metropolitana, que abrange os concelhos de Alcochete, Barreiro, Palmela, Moita, Montijo e Setúbal.