Lisnave duplica prémios de produtividade dos trabalhadores

Ao todo são dois milhões de euros que serão divididos pelos cerca de 500 trabalhadores do quadro. A empresa, que vai avançar para o mercado das energias limpas, prevê efetuar novas contratações.

A Lisnave anunciou que vai distribuir pelos seus trabalhadores cerca de dois milhões de euros, verba retirada aos lucros da empresa obtidos durante 2022. O crescimento das encomendas determina, igualmente, que em breve possam vir a ser alargadas as admissões de novos funcionários, tanto mais que o ano em curso se está a revelar igualmente profícuo.

O relatório de Gestão e Contas referente a 2022 diz que a empresa de reparação naval, sediada em Setúbal, obteve um resultado liquido superior a sete milhões de euros, o que determinou que, para este ano, os acionistas tivessem decido duplicar, face a 2021, a distribuição do prémio aos cerca de 500 trabalhadores. Este prémio, que conforme explicou ao Semmais um dos responsáveis do gabinete de comunicação da empresa, Ricardo Serôdio, visa “reconhecer o trabalho efetuado” e, ao mesmo tempo, incentivar todos os funcionários. O pagamento terá lugar já com o vencimento de abril, calculando-se que, em média, cada trabalhador irá ganhar 4.000 euros. “A distribuição de lucros na empresa não é um ato inédito, antes uma prática corrente”, acrescentou o mesmo responsável.

Para o ano em curso a Lisnave prevê ainda poder vir a aumentar o número de trabalhadores. Não existe um número pronto a divulgar nem uma data para que possam ser efetuadas as admissões, mas o crescente aumento de solicitações é real. A conjuntura internacional está a trazer novos clientes aos estaleiros setubalenses que, contudo, não deverão sofrer qualquer aumento nos tempos mais próximos.

Empresa vai começar a investir nas energias limpas

O que é tido como certo é a diversificação das áreas de atividade. Após visita do ministro das Infraestruturas e dos secretários de Estado da Energia e do Mar, respetivamente João Galamba e Ana Fontoura Gouveia e José Maria Costa, foi anunciado que a empresa irá investir, a curto prazo, nas chamadas energias limpas, com a construção de equipamentos eólicos.

O volume de negócios da Lisnave oscila anualmente entre os 80 e os 100 milhões de euros, sendo que deste montante cerca de 95 por cento se referem a trabalhos relativos à exportação. A empresa emprega diretamente cerca de 500 pessoas mas, se se incluírem os subcontratados chega aos dois milhares. Mais de 77 por cento dos acionistas são privados nacionais, enquanto que os privados estrangeiros são 20 por cento. O estado português é também detentor de 2,97 por cento do capital.

As instalações de Setúbal incluem seis docas, de 450 metros de comprimento, nove cais de acostagem até 250 metros de comprimento, 19 guindastes até 100 toneladas e um pórtico de 500 toneladas, equipamentos que as tornam das mais competitivas no setor.