Évora e o Alentejo preparam-se para o desafio da Capital Europeia da Cultura 2027, uma jornada que pode constituir mais um trunfo para o reconhecimento da região no país e além-fronteiras.
A candidatura é singular, porque o conceito que lhe deu asas, apela, de forma genuína, à identidade e às raízes que tornam este nosso Alentejo um lugar especial. O resto virá por acréscimo, dando força à vontade de se dar a conhecer e a ser conhecido.
Nem sempre assim foi. O território, a sua diversidade, as suas características e as suas gentes sempre estivem neste lugar onde o Vagar faz lei. Mas durante um longo período esteve cercado sobre si próprio, vergado à pobreza e à falta de expetativas, obrigando à migração de grande parte da população, à procura de um melhor viver.
Felizmente que nas últimas décadas a redescoberta desta terra quente, laboriosa e fértil, tem vindo a inverter este malfadado ciclo. E esse passado já é uma miragem.
Na verdade, embora o despovoamento e o envelhecimento da população persista, há um sentimento de resgate deste território e uma vontade de muitos e muitos em sugar as suas potencialidades.
São muitos os exemplos de que se respira um ar de futuro neste Alentejo de oportunidades, que capta cada vez mais o interesse e a curiosidade dos portugueses e de estrangeiros.
Évora é um destes destinos cosmopolitas que o Alentejo já oferece. E, apesar dos problemas e dos constrangimentos conhecidos, fervilha de vida. Sendo a capital do maior evento cultural da Europa, em 2027, estará certamente no centro das atenções.
Importa, agora, com tempo, aproveitar essa conquista e esse desígnio para deixar obra e um legado que perdure. E há experiências anteriores no país que são, em si mesmas, aprendizagens, mais que não seja, para o que se não deve fazer. Portanto, só há um caminho a seguir: Fazer bem!
O envolvimento na candidatura de tantas instituições, num parceria de saberes e de escala, parece ser um primeiro sinal. Resta agora aglutinar todas essas vontades e acrescentar valor às primeiras ideias e projetos.
Se deixará marca para a história, como refere o presidente da câmara eborense, Carlos Pinto de Sá, não é ainda possível antever. Mas tem tudo para dar certo se houver um rumo comum e ousadia para vencer este trunfo. Para Évora, para a região e para o país.