Em entrevista, Ângela Lemos, presidente do IPS, revela o crescimento constante da instituição que conta atualmente com cerca de 90 cursos, licenciaturas, pós-graduações e mestrados. No último ano letivo contou com mais de oito mil alunos. As perspetivas apontam para uma taxa de preenchimento das licenciaturas acima dos 80 por cento.
Quais as ofertas formativas do IPS e quais as mais procuradas? E, na sua opinião, quais as podem no próximo ano letivo ganhar maior dimensão e procura?
Atualmente, o Politécnico de Setúbal (IPS) dispõe de uma vasta oferta formativa, num total de cerca de 90 cursos, entre cursos técnicos superiores profissionais (CT e SP), licenciaturas, pós-graduações e mestrados, que abarcam importantes áreas do conhecimento, nomeadamente engenharias, tecnologias, ciências sociais, educação, desporto, ciências empresariais e saúde. No que respeita cursos de licenciatura, o IPS disponibiliza, para 2024/2025, um total de 1.212 vagas na 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao Ensino Superior, que se inicia no dia 22 de julho. Engenharia Informática, Gestão de Sistemas de Informação e Engenharia Eletrotécnica e de Computadores são os cursos que registam o maior número de vagas, seguindo-se Educação Básica e Enfermagem. Quanto à formação avançada (mestrados e pós-graduações), cujas candidaturas estão a decorrer até à primeira semana de julho, verifica-se um total de 828 vagas disponíveis para cursos em todas as áreas ministradas. Entre as ofertas mais recentes, destaca-se o mestrado em Engenharia e Gestão de Aquacultura, em parceria com a Universidade de Évora, e uma formação em alinhamento com a Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030. Como áreas disciplinares de maior procura voltaram a destacar-se, no último CNA, as Ciências Empresariais, a Saúde, a Educação e, no quadro das Engenharias, Tecnologias, a formações na área do digital, prevendo-se que, em 2024/2025, esta tendência seja consolidada.
Quantos estudantes tem atualmente o IPS? Para o próximo ano existem perspetivas de crescimento? Em que cursos?
No presente ano letivo, o IPS regista cerca de oito mil estudantes inscritos. Como forma de reforçar a aprendizagem ao longo da vida, a instituição passou também oferecer, desde 2022, uma nova modalidade de formação certificada – as microcredenciais – no sentido de dar resposta à necessidade de atualização permanente, indispensável no contexto atual de evolução do mercado de trabalho. O IPS dispõe também de uma carteira de formações em cocriação com empresas de renome nacional e internacional. São os casos do CT e SP em Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação – Acceleration Program, em parceria com a CGI; das pós-graduações em Controlling e Procurement, com a Airbus; e ainda da pós-graduação em Gestão e Visualização de Dados na Cloud, numa parceria com a consultora NTT DATA. Para o próximo ano letivo, prevemos um crescimento na oferta de microcredenciais e a manutenção da taxa de ocupação acima dos 80%, com preenchimento total de pelo menos 21 licenciaturas, de um total de 29, à semelhança do que se verifi cou no CNA de 2023/2024.
Como classifica o relacionamento do IPS com as empresas do distrito? Qual o número de formandos que conseguem colocação e em que áreas laborais?
A atividade do IPS ao nível da oferta formativa, da prestação de serviços especializados e da investigação que realizamos é baseada na estreita relação com a região. Assumimo-nos como instituição de Ensino Superior que favorece a coesão territorial, reforçando através da capacitação e qualifi cação das pessoas a competitividade das organizações. Segundo um inquérito de 2020/2021, sobre a inserção profi ssional dos diplomados do IPS um ano após a conclusão do curso, a maioria apresentava uma situação profi ssional de “emprego” e apenas 5,3% dos inquiridos demorou mais de um ano a obter emprego, após a conclusão da formação. As situações de “trabalhador por conta de outrem” e “a tempo integral” foram as mais prevalentes, com correspondente estabilidade do vínculo contratual. O estudo revelou igualmente que o setor privado emprega cerca de 84,4% dos diplomados do IPS, em particular em “atividades de consultoria, científi cas, técnicas e similares”, e ao serviço de entidades empregadoras localizadas, maioritariamente, nos distritos de Setúbal e Lisboa.
Residências no Barreiro e Sines
O IPS tem pela frente importantes projetos que se prendem, por um lado, com a aposta na melhoria do bem estar e qualidade de vida dos estudantes, e por, outro, com a criação de melhores condições para o ensino e investigação. Na primeira dimensão, enquadram-se as futuras residências de estudantes do IPS em Sines e no Barreiro, com capacidade para 47 e 50 camas, respetivamente. Ambos os edifícios vão ser construídos em terrenos cedidos pelas respetivas autarquias, num investimento que surge enquadrado no Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, com fi nanciamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). No que toca à Residência de Estudantes de Santiago, nas imediações do campus de Setúbal do IPS, acabam de ser iniciados os trabalhos de renovação e ampliação do respetivo edifício, uma intervenção com conclusão prevista em 2025 e que resultará em 85 camas adicionais. Na segunda dimensão, destaca-se o avanço da construção de um edifício próprio para a Escola Superior de Saúde, reivindicado há mais de duas décadas, que vai ocupar a zona sul do campus de Setúbal, e a aposta forte na acreditação, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), de um centro de investigação próprio e de três polos, em associação com outras instituições de Ensino Superior.