José Luís Serra Rodrigues, tomou posse em janeiro de 2021, depois de o seu antecessor José Miguel Antunes Fernandes, se ter demitido por “motivos pessoais”.
O conselho de administração do Arsenal do Alfeite apresentou a sua renúncia ao cargo, confirmou esta sexta-feira a Lusa junto de fonte oficial deste órgão e da comissão de trabalhadores do estaleiro.
De acordo fonte deste órgão, a renúncia do atual presidente do conselho de administração do Arsenal do Alfeite, José Luís Serra Rodrigues, e da vogal que compunha a restante administração, já foi apresentada ao acionista IdD Portugal Defence, a holding estatal que detém o estaleiro. Também a Comissão de Trabalhadores do Arsenal do Alfeite confirmou à Lusa esta renúncia.
O presidente do conselho de administração, José Luís Serra Rodrigues, tomou posse em janeiro de 2021, depois de o seu antecessor José Miguel Antunes Fernandes, se ter demitido por “motivos pessoais”. Em declarações à Lusa, António Pereira, membro da comissão de trabalhadores do Arsenal do Alfeite, afirmou que esta é uma situação que a comissão “não vê com bons olhos”.
“Vemos como mau porque continua a ser, em 15 anos, uma série de administrações que acabam sempre os mandatos com más relações com a Marinha”, lamentou. António Pereira realçou que a administração que renunciou ao cargo “até trouxe coisas positivas” e enalteceu o trabalho dos dois membros que a compunham. “Viu-se interesse das pessoas, mas também da parte do Estado nunca se viu interesse porque esta administração estava apenas com dois elementos há mais de um ano” quando era suposto ter três, afirmou.
A comissão de trabalhadores ainda aguarda a reunião que pediu ao ministro da Defesa, Nuno Melo, para saber que medidas estão a ser estudadas para resolver a atual situação financeira do estaleiro, que querem manter público. No passado dia 25 de junho, o ministro da Defesa Nacional afirmou que recebeu o Arsenal do Alfeite “tecnicamente falido” e que contraiu empréstimos de cerca de dois milhões de euros para pagar salários e cumprir obrigações fiscais.
“Recebemos um Arsenal do Alfeite tecnicamente falido, com inúmeros navios retidos muito acima do prazo previsto para a sua manutenção, causando um dano grande para o cumprir de missões, para a eficácia da Marinha Portuguesa mas a que teremos de dar resposta”, anunciou.
Na altura, o governante e presidente do CDS-PP disse ter pedido que lhe fosse apresentado, no prazo de 30 dias, um conjunto de “possibilidades de saneamento da situação trágica financeira atual do Arsenal do Alfeite e propostas quanto a possíveis medidas que tenham em vista um outro modelo que garanta à Marinha portuguesa o que a Marinha necessita”.
Na semana passada, a comissão de trabalhadores do Arsenal do Alfeite pediu ao ministro da Defesa uma reunião para saber que medidas estão a ser estudadas para resolver a atual situação financeira do estaleiro, que querem manter público.
O Arsenal do Alfeite já atravessou, no passado, graves problemas financeiros que se chegaram a traduzir em atrasos de salários e até do subsídio de Natal em 2020 aos mais de 400 trabalhadores que constituem esta empresa, responsável pela reparação e manutenção dos navios da Marinha portuguesa.