Trabalhos para reabertura da Lagoa de Albufeira arrancam esta segunda-feira

Câmara de Sesimbra e população reivindicavam intervenção há algum tempo, tendo na passada semana recebido a garantia que o canal deverá ser reaberto na próxima sexta-feira.

Os trabalhos para a reabertura da Lagoa de Albufeira, no concelho de Sesimbra, ao mar arrancam hoje, depois de várias semanas de reivindicações por parte da autarquia sesimbrense e população local, estando previsto que a mesma será aberta ao mar na próxima sexta-feira.

A intervenção para a reabertura do canal foi anunciada na última quarta-feira pela câmara de Sesimbra, que revelou ainda ter recebido garantias por parte do ministério do ambiente para o desassoreamento futuro da lagoa. “O gabinete da Ministra do Ambiente respondeu hoje,14 de agosto, à missiva do presidente da Câmara Municipal de Sesimbra Francisco Jesus, de 9 de agosto, na qual foi exigida a reabertura urgente do canal que liga a Lagoa ao mar, bem como o início do procedimento pré-contratual para a operação de abertura ao mar de maiores dimensões que permita o desassoreamento da Lagoa de Albufeira”, pode ler-se no comunicado publicado pela edilidade.

Os referidos trabalhos na lagoa foram posteriormente confirmados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). “Atendendo às amplitudes de maré favoráveis, que ocorrerão na próxima semana, os trabalhos de reabertura da Lagoa de Albufeira terão início na próxima segunda-feira, dia 19 de agosto. É expectável que o canal seja reaberto na sexta-feira, dia 23”, refere a entidade em comunicado enviado à nossa redação no passado dia 16.

No mesmo texto, apesar da reabertura do canal, a APA assegura ainda a qualidade da água e dos sedimentos encontrados de momento na lagoa. “Foi efetuada a monitorização da qualidade da água e dos sedimentos da Lagoa de Albufeira, no dia 31 de julho, com a colaboração da FCUL. Face aos resultados obtidos, é possível constatar que a lagoa se encontra estratificada, ou seja, não há circulação da água das camadas mais profundas para a superfície. Os valores da % de saturação de oxigénio à superfície variam entre 81%, junto à embocadura, e 94 %, junto às jangadas, sendo compatíveis com o Bom estado da massa de água.”, sublinha a APA.

Desassoreamento só deve avançar em 2026

Além da confirmação reabertura da lagoa ao mar, segundo a autarquia, o ministério indicou ainda que a APA está a concluir o processo de candidatura, designada de “Empreitada de Abertura e Desassoreamento da lagoa de Albufeira”, e que a sua implementação está prevista para 2025/2026.

Contudo, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, reiterou que este procedimento é urgente e deve avançar o quanto antes para não comprometer a época balnear de 2025, uma vez que os trabalhos poderão demorar meses.

“Sem prejuízo da candidatura ser submetida, o procedimento devia avançar com cadernos de encargos para lançar em 2024, para que a obra decorresse antes da época balnear de 2025. É importante que avance em simultâneo, não podemos estar a espera do resultado da candidatura porque a urgência da situação justifica que se avance já”, frisou.

Ainda segundo a Câmara de Sesimbra, na resposta ao município, o Ministério indica também que a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, está a programar uma visita ao local.

Nessa altura, acrescenta a Câmara de Sesimbra, “o presidente da autarquia terá oportunidade de transmitir pessoalmente estas preocupações à responsável da tutela”.

No início de agosto, a Câmara Municipal de Sesimbra e os moradores da lagoa de Albufeira exigiram à Agência Portuguesa do Ambiente a abertura de um canal de maiores dimensões da lagoa ao mar e o seu desassoreamento.

A abertura da lagoa de Albufeira foi realizada em 25 de junho, tendo os trabalhos de preparação decorrido entre os dias 18 e 24. Contudo, após a abertura, o canal voltou a fechar e foi reaberto em 11 de julho. Dez dias depois, em 21 de julho, o canal fechou uma vez mais.

Num abaixo-assinado entretanto lançado, moradores e município exigem nova intervenção de imediato e uma outra de maior dimensão, que permita resolver o problema a longo prazo. Além disso, defendem o desassoreamento urgente da lagoa, recordando que é aberta ao mar todos os anos, para garantir a renovação das águas e a boa qualidade de todo o ecossistema lagunar.