Além dos problemas no setor de saúde, líder sindical aponta outras preocupações como a agenda do trabalho digno, o acordo de médio prazo, a construção do novo aeroporto e o impacto da criação da NUTII.
Em abril de 2023 foi reconduzido na liderança da UGT Setúbal. Que prioridades foram defi nidas para o próximo quadriénio?
Temos preocupações partilhadas no âmbito nacional da UGT como o cumprimento da agenda do trabalho digno e o acordo médio prazo para rendimentos, salário e competitividade. No âmbito regional o nosso compromisso, entre outros assuntos que nos preocupam, está voltado para a necessária e urgente construção do Hospital do Seixal.
Como acompanham a questão da construção desse hospital e quais são as expectativas da UGT para a resolução do mesmo?
Entendemos que esta matéria não resolve todos os problemas sentidos no setor da saúde na região, porque apenas a criação de infraestruturas não é fator sufi ciente para colocar e atrair profi ssionais de saúde. Contudo, a construção do Hospital do Seixal passou a ser a nossa prioridade, porque permitiria abrir caminho para se libertar a pressão de outros serviços de saúde no distrito que neste momento estão sobrecarregados. Considero, inclusivamente, que face à situação do setor neste território seria incompreensível que a adjudicação da construção deste hospital não fosse contemplada no próximo Orçamento de Estado. O anterior Governo, através do ministro Manuel Pizarro, avançou com esse compromisso, entretanto caiu e vimos mais uma vez o projeto ficar adiado. Agora com o novo Governo esperamos que este dossier possa ser retomado e, diria mesmo, que é imperativo que a construção avance.
Face a essa prioridade, que retrato fazem do setor no distrito?
Não é compreensível e admissível de forma alguma, a UGT nunca aceitará isso, que neste momento existam urgências de pediatria e obstetrícia encerradas no distrito, assumindo uma dimensão tal de chegarem a estar todas fechadas ao mesmo tempo. Outro exemplo que temos é o Garcia de Orta, em Almada, que passou a ser demasiado pressionado pela dimensão demográfi ca e social que a ele recorre diariamente. Isso cria muita pressão nos profi ssionais de saúde, o que nos preocupa bastante.
Que outras preocupações tem a UGT?
ão abandonamos a questão do novo Aeroporto. A decisão política está tomada, mas ainda faltam defi nir muitas coisas. É um investimento muito importante para o distrito, em que estimamos que vá gerar 10 mil postos de trabalho diretos, a maioria qualifi cados. Também não esquecemos a questão das NUTs. A decisão política também já foi defi nida, mas ainda não teve consequências. As empresas e as autarquias continuam à espera de verbas e só a partir do próximo quadro comunitário é que poderão ver a luz do dia. Isso é muito tempo. Estamos também preocupados com a educação, pois continuam a faltar professores e o nosso distrito continua a ser um dos mais carenciados. Acompanhamos ainda o Litoral Alentejano, como o investimento no DataCenter, em Sines, envolto na polémica do anterior Governo. Achamos que é um projeto demasiado importante e que dá uma grande montra à região para não avançar.