Rio Sado vai ter projeto de desassoreamento e limpeza em Alcácer do Sal

A câmara de Alcácer do Sal e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vão desenvolver um projeto de desassoreamento e limpeza das margens do rio Sado para melhoria da água, navegabilidade e proteção contra as cheias.

O projeto de engenharia, no valor de 180 mil euros, resulta de um protocolo assinado hoje, em Alcácer do Sal, entre o presidente daquele município, Vítor Proença, e o presidente da APA, José Pimenta Machado.

“É um projeto de engenharia porque, como se deve imaginar, trata-se de sedimentos, de lamas e isto exige uma análise rigorosa do ponto de vista geológico sobre aquilo que se pretende fazer” no rio Sado, explicou Vítor Proença à agência Lusa.

De acordo com o autarca, esta câmara municipal do litoral alentejano vai ser a entidade responsável pelo projeto, com o acompanhamento da APA.

“Esse projeto dará origem à execução” do desassoreamento e limpeza das margens do rio Sado, numa extensão de 1,1 quilómetros, entre a ponte rodoviária metálica e a ponte pedonal, estando o município igualmente “disponível para efetuar a obra”, mediante uma comparticipação financeira, afiançou.

Além de realçar a “articulação entre o Estado central e os municípios” para a solução destes problemas, o presidente da APA, José Pimenta Machado, considerou que este projeto vai “melhorar a gestão deste troço do rio Sado”, tendo em conta a importância “da qualidade da água e das cheias” durante o inverno. “Percebemos que o clima está a mudar e que vamos ter picos de precipitação mais frequentes e mais intensos e é preciso preparar os territórios, preparar os rios e as ribeiras para essa nova realidade”, afirmou. Segundo Vítor Proença, que há cerca de dois anos alertou a APA para a necessidade de se avançar com esta intervenção, a “mecânica da água”, nesta frente da cidade de Alcácer, com “curvas e contracurvas”, causa “problemas gravíssimos para o ambiente, para a defesa das linhas de água e para a proteção contra as cheias e inundações”, além da navegabilidade.

“Queremos que avance o mais rápido possível, mas o [processo] vai demorar meses, porque um projeto desta natureza obriga à elaboração de estudos de pré-avaliação, avaliação e de engenharia”, explicou.

O projeto irá abranger “toda a componente do leito do rio”, que “tem de ser estudado com recurso a tecnologias que nunca foram utilizadas” localmente, sublinhou o autarca.

À Lusa, o presidente da APA assegurou que, depois de concluído este estudo, será “lançada a empreitada para o desassoreamento e a limpeza” deste troço do rio.

“Trabalhámos para o financiamento do estudo e, agora, vamos encontrar também financiamento para, depois, avançar com a empreitada para a dragagem. Depois, vemos a melhor forma de o fazer, ou faz o município, com o nosso apoio, ou a APA”, através do Fundo Ambiental, admitiu.

Questionado sobre os prazos, Pimenta Machado, disse aguardar pela conclusão do estudo no próximo ano, apontando o mês de julho de 2025 para “arranjar condições para lançar a empreitada”.

“Estamos no início do Portugal 2030 e não será por falta de financiamento que esta obra não se irá fazer e queremos muito que aconteça”, argumentou.