Definição do “Projeto de Resolução Política” vai estabelecer as estratégias do presente e o futuro do partido, com especial atenção para as autárquicas de 2025.
Entre 13 e 15 e dezembro os caminhos comunistas vão dar a Almada, cidade que acolhe pela quarta vez neste milénio o Congresso do PCP, que realizará a 22.ª edição no Complexo Municipal dos Desportos.
Face à importância para o partido, a iniciativa está a ser preparada há já algum tempo e envolve todo o aparelho. “Desde que o Comité Central aprovou, em junho, a realização do congresso que temos desenvolvido pormenorizadamente a construção do mesmo, apelando à participação de todos o militantes. Tudo é feito por nós, desde o trabalho mais pesado ou leve, a outra tarefas como as refeições e o acolhimento dos camaradas. Devemos ter mais de 300 militantes envolvidos na concretização do congresso”, revela ao Semmais, Antónia Lopes, membro da Direção da Organização Regional de Setúbal (DORS) e do Comité Central do PCP
Ainda antes da realização do congresso, o partido está focado na construção da “Proposta de Projeto de Resolução Política”, uma estratégia que envolve a militância e que é apreciada e avaliada pelo Comité Central. Paralelamente, decorre a eleição dos delegados do partido que, neste território, vai eleger 164 membros. “Neste congresso será feita a avaliação dos últimos quatro anos. Também muito importante será a definição das políticas do presente e para o futuro do partido, através do Projeto de Resolução Política, que está a ser construído e discutido através de assembleias com os camaradas. Só em Setúbal recebemos cerca de 60 sugestões de acrescentos e correções à Proposta”, explica, por sua vez, João Armando, membro do secretariado da DORS.
Naquele que será o primeiro congresso da liderança de Paulo Raimundo, os comunistas preparam-se para cerrar fileiras, face ao momento político atual e também com vista às eleições autárquicas de 2025. “Não podemos escamotear que se tem vindo a agravar o contexto em que temos realizado o nosso trabalho. O ataque ao PCP tem vindo a aumentar progressivamente. Estamos seguros daquilo que temos feito, assumiremos os erros que existirem, mas nos concelhos que presidimos temos não cumprido o que foi proposto nos programas eleitorais e até ultrapassado”, destaca Antónia Lopes.
O PCP não ignora o crescimento significativo de outras forças políticas no distrito, como o PS, que tem feito cair, nas últimas eleições, vários bastiões comunistas como eram Almada, Barreiro, Moita e Alcochete. “No território da península é claramente o nosso principal adversário político. Ainda é bastante cedo para fazermos previsões ou avaliações, mas encaramos com confiança essas eleições, porque existe um legado e trabalho feito neste distrito. Somos um partido ligado à vida, temos um trabalho social e próximo das pessoas. Temos condições para manter e até reforçar a nossa influência no território, no âmbito da CDU”, refere João Armando.