Novo espaço dedicado à cibersegurança e ciberesiliência nasceu de um investimento de cinco milhões de euros e integra a Agenda Nexus que visa a inovação, digitalização e transição verde.
O Port Cyber Arena, instalado na infraestrutura portuária de Sines e inaugurado esta terça-feira pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, contempla um centro de formação e treino focado na área da cibersergurança e ciberresiliência.
Considerada pioneiro na aplicação ao setor portuário e logístico, o esapçao nasceu de um investimento de cinco milhões de euros e foi alvo de elogios por parte do governante, que encara com expetativa a utilização. “As pessoas não têm por vezes a noção dos impactos e não associam os ataques a infraestruturas tecnológicas em todas dimensões da nossa vida, seja na saúde, nos transportes, na mobilidade, ou na indústria. Tenho, de facto, de dar os parabéns por o maior porto nacional ter abraçado este problema e executado este projeto. Tudo isto num país com poucos recursos. E depois de tudo isto dar a conhecer e permitir o acesso para difundir o conhecimento e empoderar todo um setor”, referiu Miguel Pinto Luz.
No seu discurso, o ministro voltou a destacar o impacto que o porto tem em toda a região e na economia nacional, quando comparado à realidade de outros portos. “Trata-se de uma infraestrutura que movimenta 50 milhões de toneladas ao ano. Lisboa e Setúbal devem fazer umas 17 ou 18; Leixões umas 15 e Aveiro e Figueira umas sete ou oito. Portanto a dimensão é estratosférica e por isso as suas obrigações também excedem a dimensão local e regional, para ter esta abrangência e esta contaminação à escala nacional”, referiu.
Miguel Pinto Luz assumiu ainda o compromisso do Governo em reforçar a posição dos portos na economia nacional, dotando-os de uma nova estratégia que começará a ser apresentada na próxima semana, com vista, por exemplo, à competitividade e aproximação aos portos espanhóis. “Em Espanha não foi apenas importante o forte investimento nos portos, que falta em Portugal e que queremos acelerar, mas com a visão, concomitantemente, de potenciar com a ferrovia. Não há portos grandes, sem ferrovia capaz. Não há portos grandes sem infraestrutura capaz. Esta visão integrada, que queremos implementar, é a única capaz de oferecer ao país uma infraestrutura portuária que possa competir com os grandes portos espanhóis. Essa é a nossa ambição”, destacou.
Presente também na cerimónia esteve José Luís Cacho, administrador do porto de Sines, que, por sua vez, evidenciou as potencialidades que o Port Cyber Arena prevê oferecer a todo o setor portuário e de logística: “É um projeto pioneiro nestes setores. Estamos, com esta inauguração, a colocar o Centro de Formação para Cibersegurança à disposição de todo o setor portuário e de logística nacional, uma infraestrutura inovadora, com equipamentos e soluções de última geração, com uma forte vertente de capacitação e formação profissional, emulando cenários reais e promovendo uma reação em real-time a ciberataques”.
De referir que esta a infraestrutura é a primeira de 28 projetos previstos a serem concretizados no âmbito da Agenda Nexus, um consórcio liderado pelo porto de Sines que junta 35 entidades. Destinada à inovação, digitalização e transição verde tem orçamentados 91 milhões de euros, com 59 milhões de incentivo do Plano de Recuperação e Resiliência.