“Já passaram dez anos” assinala aniversário da Mascarenhas-Martins

Companhia montijense prossegue, com um concerto na Casa da Música Jorge Peixinho, as celebrações de uma década de atividade.

A Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo, recebe entre esta sexta-feira e domingo, os concertos “Já passaram dez anos”, da companhia Mascarenhas-Martins, integrado nas comemorações do 10.º aniversário iniciadas dia 11.

Com sessões às 21h30, sexta e sábado, e às 16h30 no domingo, o espetáculo apresenta um reportório de canções originais que, concebidas por Levi Martins, fundador da companhia com Maria Mascarenhas, procuram refletir a viagem da estrutura montijense ao longo da última década. “O concerto partiu da discussão do que poderíamos fazer nisto dos dez anos. A certa altura apareceu-me esta hipótese de escrever canções, porque achava engraçado haver uma componente artística diferente. Normalmente, as companhias quando querem assinalar uma data, fazem livros, exposições, coisas mais ou menos já tradicionais. Foi assim que surgiu a ideia de um concerto. Comecei a trabalhar nisso e cheguei a dez canções, que acho que são interessantes, porque são evocativas, não são narrativas, mas que remetem para os momentos ou fases que passámos ou tivemos de enfrentar”, explica o diretor da companhia, em conversa com o Semmais.

“Por exemplo, uma das canções chama-se “Não Vai Dar” e é exatamente sobre aquilo que toda a gente nos dizia, quando surgiu esta ideia de fundarmos uma estrutura profissional e tivemos as nossas primeiras lutas. Temos outra que é “O Primeiro e o Último Dia” que evoca todo o nosso sentimento desde princípio, apesar de termos chegado até aqui, e que mantemos de tentarmos viver isto como se fosse o primeiro e o último dia”, acrescenta Levi Martins.

Para este espetáculo, o artista que nos últimos projetos tem explorado mais rock, como em “O roque nunca vai acabar” lançado em junho de 2024, procurou refletir e procurar outras sonoridades. “Tentei que as canções tivessem arranjos mais associados à dramaturgia das canções, mas também que fossem evocativas com algumas coisas menos tradicionais. Sim, acaba por ser uma banda rock na mesma, mas que procura ir por uns caminhos que tanto roçam um musical, em certos momentos, como apresentam grandes contrastes sonoros, entre coisas muito pairantes e poéticas ou outras muito duras e pesadas, para tentar captar exatamente os contrastes do que foram estes 10 anos entre a coisa mais leve e bonita até à mais dura e brutal”, revela.

Esta é uma das iniciativas que compõem até março a programação da Casa da Música Jorge Peixinho, que recentemente apresentou o alinhamento. Até março estão previstos concertos de moldura e Maria Vasconcelos; as peças “Terceira Pessoa” da CA.LEI.DOS.CÓ.PI.CO, “Teimar no Inverno em Três Atos e “Mensagem” da Mascarenhas-Martins, e ainda a exibição de “Improváveis de costas voltadas”, documentário de Formiga Atómica” e “Verdade ou Consequência”, um filme de Sofia Marques.