Utentes da Trafaria em protesto no sábado para reivindicar cuidados de saúde primários

A população da Trafaria, no concelho de Almada, concentra-se no sábado junto ao edifício do antigo centro de saúde, para exigir a reposição dos cuidados de saúde primários que deixaram de ser prestados em 2013.

Em declarações à Lusa, Luísa Ramos, da Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Almada (CUSCA), organização que convocou a concentração, o protesto foi decidido em plenário, a pedido da população, uma vez que continua a não existir uma resposta no concelho à altura do que os utentes reivindicam.

Em 2013, o Centro de Saúde da Trafaria foi encerrado, o que para a comissão de utentes representou um retrocesso no acesso aos cuidados de saúde primários e de proximidade para as populações da freguesia da Trafaria.

Já em novembro de 2024, a câmara de Almada, criou nas antigas instalações do centro de saúde da Trafaria um conjunto de respostas sociais e de saúde, que incluem acompanhamento social, tratamentos gratuitos de saúde oral, acompanhamento psicológico, entre outros. Na altura, a presidente da câmara de Almada, Inês de Medeiros, disse que quando chegou à liderança do município, em 2017, o que ouviu da população da Trafaria foi o lamentar do encerramento do centro de saúde, pelo que encarou como prioridade saber o que fazer com o edifício.

“Foi preciso uma pandemia para voltarmos a abrir as portas deste edifício [como centro de vacinação]. Na altura, dissemos que a porta do centro de saúde não se voltava a fechar e não se fechou. Um edifício reivindicado pela Câmara Municipal de Almada na transferência de competências, que foi uma vitória grande dos serviços” do município, referiu a autarca, em comunicado.

No espaço foi, assim, instalado o CRIA – Centro de Respostas Integradas de Almada.
Contudo, os utentes consideram a resposta insuficiente, sobretudo em contexto de emergência na doença, e reivindicam para o espaço pelo menos um médico e um centro de enfermagem.

Em 2024, organizaram um abaixo-assinado a exigir a reabertura urgente do centro de saúde da Trafaria com cuidados de saúde primários, com a valência de medicina geral e familiar e serviços de enfermagem integrado no Serviço Nacional de Saúde, tendo sido subscrito por 1.538 pessoas.

“Não sendo competência da câmara a colocação de profissionais, esperávamos da presidente da câmara mais envolvimento no sentido de ir ao encontro das necessidades da população”, disse ainda Luísa Ramos.