Arquivo-Biblioteca Ephemera inaugura novo armazém no Barreiro

O Arquivo-Biblioteca Ephemera inaugura, este sábado, um novo armazém no Parque Empresarial da Baía do Tejo, no Barreiro.

 

Fundado por José Pacheco Pereira, o novo armazém, no Parque Empresarial do Barreiro é “vital” para aumentar a capacidade do projeto, nomeadamente o acolhimento de documentação, exposições e eventos, mas, segundo declarações do historiador, ainda aguarda um novo enquadramento legal.

Numa visita ontem com a imprensa, José Pacheco Pereira explicou que o alargamento do arquivo no Barreiro, agora com dois armazéns – “e com hipótese de mais espaços no futuro -, permitirá uma especialização no trabalho de salvaguarda de doações de espólios, por exemplo de periódicos e cartazes, e a instalação de um laboratório de fotografia”.

O arquivo, há várias décadas mantido e alimentado pelo historiador, ganhou a designação oficial de Ephemera em 2009, e passou a ser gerido por uma associação cultural homónima, que conta atualmente com 300 associados e 150 voluntários em todo o país.

São estes voluntários que trabalham no acolhimento, identificação e tratamento de milhares de documentos e objetos que chegam “a uma rede muito fina” de pontos de recolha espalhados pelo território nacional, e também por Angola e Luxemburgo.

Atualmente, o Ephemera conta com seis quilómetros lineares de documentos, com mais de 200 mil títulos de livros e brochuras, milhares de periódicos, fotografias, discos, panfletos e cartazes e objetos que testemunham a história contemporânea, sobretudo portuguesa. A maioria das doações é de particulares, anónimos, figuras públicas e entidades.

É no Barreiro que um grupo de voluntários faz a triagem e inicia o processo arquivístico de tudo o que lhes chega às mãos, seja de uma simples pasta com papéis seja o recheio de um camião TIR: “Qualquer coisa que entra está salva”, garantiu José Pacheco Pereira.

Entre caixas empilhadas, mesas de trabalho e estantes estão, por exemplo, doações de espólios dos políticos Francisco Sá Carneiro e João Soares, do realizador José Fonseca e Costa ou da antiga revista Mundo da Canção, doada por Avelino Tavares.

Uma pequena amostra da variedade do arquivo Ephemera está este sábado exposta ao público, por ocasião da inauguração do Armazém 2.

O que José Pacheco Pereira aguarda há vários anos é um enquadramento legal para potenciar o trabalho do arquivo. “Queremos um enquadramento legal que combine a solidez patrimonial das fundações, tudo o que é privado passará para essa fundação, com a flexibilidade das associações culturais sem fins lucrativos, para podermos usar o trabalho dos voluntários”, disse.