Luta e providência ‘adiaram’ demolições na Quinta da Parvoíce

As demolições na Quinta da Parvoíce, em Setúbal, notícia dada em primeira mão pelo Semmais, não chegaram a avançar. O bispo de Setúbal e forças políticas estiveram hoje no local e foi apresentada uma providência cautelar.

 

O despejo e demolição de habitações clandestinas instaladas na Quinta da Parvoíce, em Setúbal, agendadas para hoje, por edital do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) acabou por não se concretizar, aliviando as preocupações das cerca de 20 famílias que ali residem.

A notícia da demolição das casas, grande parte delas construídas em tijolo, há mais de dois anos, foi avançada, em primeira mão, pelo jornal Semmais, na edição de sábado passado, e fez alertar entidades e forças políticas, que estiveram no local esta segunda-feira. “Estiveram representantes do Bloco de Esquerda, de “Os Verdes” e o vereador socialista Fernando Paulino, para além do Sr. Bispo de Setúbal, que disse estar em causa os direitos das pessoas e que se devia encontrar uma solução antes de se deixar as famílias sem teto”, disse ao Semmais o padre Constantino Alves, que denunciou a situação.

Segundo o mesmo pároco, responsável pela Igreja de Nossa Senhora da Conceição – que tem acompanhado desde a primeira hora aquela comunidade “muito pobre e sem solução para encontrar novas habitações” -, foi entregue no Tribunal Administrativo de Setúbal uma providência cautelar, pelas mãos do advogado Manuel Henriques, de modo a travar, pelo menos nos próximos tempos, as demolições das habitações.

Entretanto, o Semmais sabe que o assunto já terá chegado ao conhecimento da secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho, que prometeu “acompanhar a situação”, comprometendo-se com o não despejo das famílias. “Para já, parece que ganhámos tempo, porque está criado um grupo de trabalho há cerca de dois anos para que se encontre um desfecho condigno para a vida destas pessoas”, reafirmou ao Semmais, o padre Constantivo Alves.

Recorde-se que, segundo a notícia do Semmais de sábado passado, o IHRU garantia que não haveria demolição de casas habitadas, estando apenas em causa as habitações devolutas.