Faltam carros e os postos de Ermidas do Sado e Alvalade não têm pessoal. Álvaro Beijinha foi ao MAI pedir ajuda mas não obteve qualquer compromisso.
O concelho de Santiago do Cacém quase não tem forças de segurança. A falta de efetivos agudizou-se no último ano e, atualmente, de seis postos da GNR abertos, há dois que correm o risco de fechar portas, isto apesar de o Ministério da Administração Interna (MAI) garantir que não vai acontecer.
O presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, reuniu-se no dia 10 com o secretário de Estado da Administração Interna, Antero Luís, e mais não conseguiu obter do que a promessa de que, para 2021, o MAI irá tentar reforçar os postos do Destacamento Territorial. Essa é, no entanto, uma promessa já escutada anteriormente e que, de acordo com o autarca, não foi cumprida.
“A situação é cada vez mais preocupante e o secretário de Estado disse que, neste momento, não existem condições para a resolver. Não assumiu qualquer compromisso (com a Câmara Municipal)”, disse Álvaro Beijinha.
O Destacamento da GNR de Santiago do Cacém é composto pelo posto desta localidade, pelo de Cercal do Alentejo, Alvalade, Ermidas do Sado, Santo André e Sines. De acordo com a informação avançada pelo mesmo autarca, “Cercal do Alentejo tem menos sete guardas, Ermidas do Sado tem um guarda e mesmo esse está de baixa, em Alvalade existem quatro, sendo que um irá em breve para formação e só em Santiago do Cacém foram colocados quatro novos efetivos”.
O Semmais Digital, tendo contactado efetivos da GNR que pediram o anonimato, sabe que as situações mais críticas são as de Ermidas do Sado e Alvalade: “Há situações muito graves, mas que se calhar não é oportuno estar agora a revelar”, contou um dos interpelados.
Esses problemas terão consequências no processo de atendimento ao público e também nas patrulhas que deveriam ser realizadas e que acabam por não se realizar, seja por falta de efetivos, seja por falta de viaturas. Por outro lado, postos como o de Santo André, apresentam graves problemas estruturais, sendo considerada urgente a realização de obras.
“O que o secretário de Estado conseguiu garantir é que não existe a intenção do MAI de encerrar qualquer um dos postos do Destacamento de Santiago do Cacém”, adiantou o autarca.
Álvaro Beijinha disse que ”para toda a toda a área do destacamento existem apenas seis viaturas e que, apesar das promessas do MAI, desconhece quando será feito o reforço”.
Em relação às obras no posto de Santo André, o autarca comunicou a disponibilidade de o ministério solucionar o problema, mediante um acordo (ainda não oficializado) com a Câmara Municipal. É que, segundo disse Antero Luís, de momento não existem recursos humanos para efetuar a obra.