Comunidades Solidárias em tempos de Coronavírus

Estes dias são dias estranhos. A par desta experiência quotidiana de reclusão, imposta pelo combate à Pandemia do Coronavírus, há no horizonte um futuro incerto, com custos altos para a economia, para a proteção social e para o nosso modelo de organização social.

Muitos e muitas de nós estão em casa, em teletrabalho, a acompanhar filhos menores de 12 anos ou simplesmente porque o local onde trabalhava fechou. Há linhas de financiamento para as empresas que não despeçam e estão previstas regras no âmbito da habitação que permitem aliviar a despesa com a casa.

Também o combate ao aumento e à severidade da pobreza é uma preocupação do Governo, com resposta através de medidas concretas como a renovação automática do Rendimento Mínimo Garantido ou do Complemento Solidário para Idosos. Mas todos sabemos que uma paralisação abrupta da economia, impedindo o funcionamento de cafés e restaurantes, cabeleireiros, venda ambulante e o encerramento de feiras e mercados, a que se juntam as empregadas domésticas e os biscates, é dramática na sobrevivência de tantas pessoas.

As Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesia têm-se desmultiplicado em apoios imediatos a quem mais precisa. Garantindo que as pessoas idosas podem manter-se em casa porque há serviços que asseguram a entrega ao domicílio de alimentação, medicamentos e bens essenciais são exemplos por toda a nossa região, mas que, responsavelmente, é comum a todo o país.

Na proteção das pessoas idosas que estão institucionalizadas em lares, um dos públicos de maior risco, a rede de Instituições de Solidariedade Social e as redes Sociais Locais, coordenadas pelas Câmaras Municipais, conseguem a sinalização e controlo de casos de contágio, como aliás temos assistido por todo o país, havendo em última instância resposta adequada por parte daSaúde, da Segurança Social e do Exército, procurando evitar um flagêlo igual ao da vizinha Espanha.

Também na linha da frente do ataque à severidade da pobreza, potenciada pelo Covid 19, estão o Setor Social e os Municípios com o suporte da Segurança Social. Não só garantem o apoio à população sem abrigo e às pessoas carenciadas, como mantêm as refeições das crianças do 1º escalão da ação social escolar ou criam redes de apoio aos idosos. Mas muitos Municípios têm ido mais longe e têm avançado com medidas como a descida do preço da água, como é exemplo Alcochete, ou  a suspensão das rendas na habitação social, como é o caso do Montijo, mas com exemplos de boas práticas em todo o Distrito.

O Distrito de Setúbal é um exemplo da solidariedade que se tem feito sentir nestes dias. Neste momento de grande dificuldade social para muitas pessoas, a cooperação entre o Governo, as Instituições Sociais e as Autarquias Locais, dão-nos confiança no combate a esta epidemia que nos afeta a todos enquanto comunidade.

ATUALIDADE
Catarina Marcelino
Deputada do PS
Ex-Secretária de Estado para a Cidadania e para a Igualdade