Distrito muito melhor que a média nacional

Pedimos a um especialista que fizesse todas as contas desde o início da pandemia até ao dia de ontem, sexta-feira. Os resultados são surpreendentes: Os números da crise Covid -19 no distrito estão muito abaixo da média nacional.

 

O Distrito de Setúbal tem revelado uma boa adesão às medidas de contenção impostas no âmbito do combate à pandemia do Covid-19, estando a conseguir manter uma taxa de número de casos positivos por 10 mil habitantes de 7, muito abaixo da média nacional de 19 casos por cada 10 mil habitantes. No entanto, esta taxa apresenta alguma variação por cada concelho, com o Barreiro a liderar (10), seguido por Almada (9), Moita e Seixal (8), Montijo (7), Alcochete (6), Setúbal e Grândola (5), Sesimbra, Santiago do Cacém e Alcácer do Sal (4) e Palmela e Sines (3) por 10 mil habitantes.

A média diária de novos casos positivos, por concelho, no mês de abril, tem sido bastante baixa, com uma distribuição com os seguintes valores: Almada (5) novos casos por dia, Seixal (4), Barreiro (2,5), Setúbal, Moita (2 cada), Montijo (1,6), Sesimbra (0,7), Alcochete, Palmela e Santiago do Cacém (1 caso a cada dois dias, cada), Alcácer do Sal e Grândola (1 caso a cada três/cinco dias, cada), Sines (1 caso a cada 10 dias), o que mostra uma taxa de transmissão muito pontual a localizada, ainda numa fase muito incipiente, aparentemente fruto do esforço comum de contenção. No distrito surgiram, em média, cerca de 20 casos novos por dia durante o mês de abril, com tendência para diminuir, o que se traduz numa reduzida probabilidade de contágio.

Pelas estimativas que é possível fazer, uma vez que não são disponibilizados dados regionais pela DGS, o Distrito de Setúbal contará, pelo menos, com 20 casos recuperados ou falecidos, resultantes das reduções diárias que foram quantificadas nos casos positivos ativos por concelho, embora se admita tratar-se um valor estimado por defeito. Desconhece-se assim a taxa de mortalidade no distrito e a taxa de sobrevivência.

A maioria dos casos positivos ativos registados à data 17 de abril, num total de 595, têm-se verificado nos concelhos de Almada (152 – 25%) e Seixal (139 – 23%), seguidos pelo Barreiro (81 – 13%), Setúbal (60 – 10%), Moita (58 – 9%), Montijo (40 – 7%), Sesimbra (19 – 3%), Palmela (19 – 3%), Santiago do Cacém (13 – 2%), Alcochete (12 – 2%) , Grândola (7 – 1,2%), Alcácer do Sal (5 – 0,8%) e Sines (4 – 0,7%).

 

Desde 10 de abril, a evolução do número de casos positivos ativos nos concelhos do distrito de Setúbal tem apresentado uma tendência para estabilizar, como se poderá verificar na Figura 2, onde se pode perceber a liderança de Almada e Seixal deste o início da pandemia, ainda assim com uma evolução contida, seguidos pelo Barreiro, Setúbal/Moita e Montijo. Os restantes concelhos do distrito mantêm-se em valores absolutos de infeção muito reduzidos. A Evolução mais recente parece mostrar uma tendência de “planalto” ou pico nos números de novos casos ativos no distrito de Setúbal, com a estabilização dos valores de positivos, antecipando o que se espera vir a acontecer no resto do País. A manutenção desta tendência terá de ser confirmada durante a próxima semana, eventualmente antecipando que o distrito venha a entrar rapidamente numa fase de redução dos casos ativos, que permita a reabertura económica das atividades em maio e o levantamento do Estado de Emergência.

O retorno às atividades a partir de maio deverá obrigar a um balanceamento difícil entre a preocupação económica e o risco pandémico, obrigando a que seja realizado de forma gradual e com o respeito por novas regras rígidas na abertura de locais de trabalho, transportes, escolas, lojas e bares/restaurantes, podendo incluir, como sucede noutros países, o uso obrigatório de máscara, verificação da temperatura em edifícios, a manutenção do distanciamento social e a continuação do isolamento dos mais idosos e de pessoas com problemas de saúde. 

A quebra registada na atividade económica em março e abril deverá ter um forte impacto na atividade e no rendimento/receitas de pessoas, empresas, bancos e Estados em todo o mundo, com esperados impactos na economia da região, sendo necessário estar preparado para tempos muito difíceis e longos no trinómio rendimentos, liberdade de circulação/social e saúde.