O Agrupamento de Escolas Romeu Correia pediu à tutela que cancele os exames do ensino secundário, sugerindo se considerem provas de anos anteriores.
Numa tomada de posição enviada à Lusa, o referido agrupamento de escolas de Almada “exige ao Ministério da Educação o cancelamento dos exames do ensino secundário no presente ano letivo”.
No documento, estes estabelecimentos de ensino solicitam também que “o Ministério da Educação, em coordenação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, equacione uma nova forma de acesso ao ensino superior válida para o corrente ano letivo e que não passe pela ponderação de qualquer tipo de exames realizados em 2020, podendo considerar-se, para o efeito, exames realizados em anos anteriores”.
Mais de 520 escolas secundárias vão reabrir no dia 18 de maio para receber os alunos do 11.º e 12.º anos, que voltam a ter aulas presenciais às disciplinas sujeitas a exame nacional, depois de terem encerrado em 16 de março devido à pandemia da Covid-19.
Destacando que “as aulas presenciais poderão pôr em causa a saúde pública de toda a comunidade escolar, obrigando ao levantamento do isolamento social, expondo-a assim a riscos desnecessários e imprevisíveis”, o agrupamento assinala que esta retoma, “e subsequente realização de exames, colidirá com um conjunto vasto de problemas, implicando um esforço organizacional, logístico e financeiro, desproporcional ao tempo e aos recursos disponíveis por parte das escolas”.
Além de que, para estas escolas, “estas aulas e o novo calendário de exames irão inevitavelmente condicionar a preparação do próximo ano letivo, o qual deveria ser especialmente ponderado”.
O agrupamento – que abrange a escola secundária de Romeu Correia e as escolas básicas do segundo e terceiro ciclo da Alembrança e do primeiro ciclo do Feijó e de Vale Flores – destaca ainda a “desigualdade de oportunidades para a realização de exames e acesso ao ensino superior”, causada pelo tempo em que as aulas presenciais estiveram suspensas.